Economia

De sushi a luvas de esqui: os EUA precisam muito da China

Estudos mostram que o peso das tarifas tem sido maior para americanos do que para chineses, e parece que vai continuar assim

Sushi: sobretaxas afetariam uma variedade de artigos de consumo. No caso de alguns deles, mais de 9 em cada 10 são feitos na China (Akio Kon/Bloomberg)

Sushi: sobretaxas afetariam uma variedade de artigos de consumo. No caso de alguns deles, mais de 9 em cada 10 são feitos na China (Akio Kon/Bloomberg)

Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 11 de maio de 2019 às 08h00.

Última atualização em 11 de maio de 2019 às 08h00.

Quando o relógio marcou um minuto depois da meia-noite na sexta-feira, muitos artigos presentes nos lares americanos podem ter ficado mais caros - de novo.

Os Estados Unidos ameaçam aumentar as tarifas sobre US$ 200 bilhões em importações de produtos chineses, de 10% para 25%, com o contínuo "toma lá, dá cá" da guerra comercial. As sobretaxas afetariam uma variedade de artigos de consumo. No caso de alguns desses produtos, mais de nove em cada dez itens comprados por americanos são feitos na China.

A lista de itens de consumo predominantemente fabricados na China inclui coleiras para cachorro, das quais oito de cada dez compradas por americanos são de origem chinesa. (Donald Trump é o primeiro presidente dos Estados Unidos em quase 120 anos que não tem um cachorro na Casa Branca.) Bicicletas e aspiradores de pó também ficarão mais caros.

Estudos mostram que o peso das tarifas tem sido maior para americanos do que para chineses, e parece que vai continuar assim, especialmente para os amantes de sushi - tilápia congelada e molho de soja condimentado com umami estão na lista - ou para um ávido esquiador. Não apenas suas luvas, mas a mala da viagem também pode ficar mais cara.

Enquanto os mercados globais se agitam diante da guerra de tarifas anunciada por Trump no Twitter e os consumidores americanos se preparam para pagar mais pelos produtos, fabricantes e exportadores chineses se mostram mais resistentes.

"As pessoas se sentem anestesiadas com a constante mudança de tom das negociações comerciais", disse Ben Chu, empresário que dá aulas sobre negociações de comércio para empresas chinesas. "Os fabricantes mudaram seu foco para encomendas de outros países ou negociaram um preço justo com os clientes dos EUA para resistir à próxima tarifa."

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