Economia

De 43 economistas, nenhum acha que taxa do aço ajudará americanos

"Provavelmente não ajuda e cria o risco de guerra comercial. TRISTE", diz Richard Thaler, vencedor do Nobel, usando um dos bordões do presidente

 (Yuri Gripas/Reuters)

(Yuri Gripas/Reuters)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 18 de março de 2018 às 08h00.

Última atualização em 19 de março de 2018 às 16h05.

São Paulo - Está difícil encontrar um economista de prestígio que defenda a decisão de Donald Trump de impor novas taxas de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio importados pelos Estados Unidos.

É o que mostra uma pesquisa da Universidade de Chicago publicada na última segunda-feira (12) com 43 economistas prestigiados de instituições como Yale, Berkeley, Harvard, MIT e Stanford.

Eles foram perguntados se "impor novas tarifas dos EUA sobre aço e alumínio vai melhorar o bem-estar dos americanos".

7% da amostra, ou 3 economistas, não responderam enquanto 65% disseram que "discordam fortemente" e 28% apenas "discordam". Nenhum economista consultado concorda com a afirmação.

David Autor, do MIT, diz que a resposta simples é não, mas que a respsota complexa é que a decisão pode ser estratégica em um "jogo mais longo para deter o abuso dos acordos de livre comércio".

Austan Golsbee, que foi o principal assessor econômico da Casa Branca nos dois primeiros anos da gestão de Barack Obama, respondeu com um comentário como se estivesse se autoflagelando.

"Vai ajudar alguns americanos e prejudicar outros. Mas os benefícios em geral provavelmente serão bem limitados, e as perdas maiores", diz o comentário de Daron Acemoglu, também do MIT.

Oliver Hart, vencedor do Prêmio Nobel em Economia, ressalta que o livre comércio costuma aumentar a renda nacional, e que exceções a esta regra são "raras e difíceis de identificar".

"Isso provavelmente não ajuda e gera o risco de iniciar uma guerra comercial. TRISTE", diz o comentário de Richard Thaler, também vencedor do Nobel, usando um dos bordões preferidos do presidente.

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