Economia

Campos Neto repete que Copom considera último "ajuste" na Selic

No início de maio, o Banco Central cortou a taxa de juros em 0,75 ponto porcentual, de 3,75% para 3,00% ao ano

Roberto Campos Neto: presidente do Banco Central chamou atenção para problemas no fluxo de capital e moeda para o Brasil (André Coelho/Bloomberg)

Roberto Campos Neto: presidente do Banco Central chamou atenção para problemas no fluxo de capital e moeda para o Brasil (André Coelho/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 21 de maio de 2020 às 12h09.

Última atualização em 21 de maio de 2020 às 14h26.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, repetiu nesta quinta-feira, 21, durante reunião com representantes do Ministério da Economia e da indústria, que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC considera um "último ajuste" para a Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 3,00% ao ano. De acordo com Campos Neto, este ajuste não será maior que o atual, de 0,75 ponto porcentual.

No início de maio, o BC cortou a Selic em 0,75 ponto porcentual, de 3,75% para 3,00% ao ano. O próximo encontro do Copom está marcado para junho.

"A conjuntura econômica prescreve estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas há potenciais limitações para o grau de ajuste adicional", repetiu nesta quinta Campos Neto, conforme apresentação publicada pelo Banco Central em seu site.

"Para a próxima reunião, condicional ao cenário fiscal e à conjuntura econômica, o Comitê considera um último ajuste, não maior do que o atual, para complementar o grau de estímulo necessário como reação às consequências econômicas da pandemia da covid-19."

Campos Neto também repetiu que "o Comitê reconhece que se elevou a variância do seu balanço de riscos e ressalta que novas informações sobre os efeitos da pandemia, assim como uma diminuição das incertezas no âmbito fiscal, serão essenciais para definir seus próximos passos".

Estas ideias já haviam sido transmitidas no início de maio, após o corte da Selic.

Campos Neto, destacou que as primeiras divulgações de dados econômicos em meio à pandemia do coronavírus apontam recessões severas em economias emergentes e, no Brasil, dados preliminares de varejo e do relatório Focus indicam forte queda da atividade.

Campos Neto chamou atenção para o fato de que, diante dos problemas externos e da situação doméstica, o fluxo de capital e moeda para o Brasil foram fortemente afetados.

O diagnóstico foi feito por Campos Neto em reunião com representantes das instituições dos Comitês de Indústria.

Na apresentação, o presidente do BC reafirmou, ainda, as colocações da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária de que a conjuntura econômica prescreve estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas que há potenciais limitações para o grau de ajuste adicional.

(Com Reuters e Estadão Conteúdo)

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