Mulher escolhe vegetais em um supermercado de Pequim: inflação ao consumidor acelerou para 2,4% em abril devido aos custos mais altos dos alimentos (Kim Kyung-Hoon/Reuters)
Da Redação
Publicado em 9 de maio de 2013 às 08h53.
Pequim - A inflação ao consumidor anual da China subiu mais do que o esperado em abril, enquanto os preços ao produtor registraram queda pelo 14º mês seguido, destacando o dilema que o banco central enfrenta para equilibrar suporte à economia contra a ameaça da alta dos preços.
A Agência Nacional de Estatísticas informou que os preços ao produtor da China caíram 2,6 por cento em abril, o 14º mês seguido de queda na comparação anual e acima do recuo de 1,9 por cento visto em março.
Já a inflação ao consumidor acelerou para 2,4 por cento em abril ante 2,1 por cento em março devido aos custos mais altos dos alimentos.
Economistas consultados pela Reuters estimavam que a inflação em abril acelerasse para 2,3 por cento e que os preços ao produtor caíssem 2,3 por cento ante o ano anterior.
Os preços dos alimentos subiram 4,0 por cento em abril ante o ano anterior, acelerando ante a alta de 2,7 por cento registrada em março.
Qualquer afrouxamento da política pode alimentar riscos ao mercado imobiliário, enquanto um aperto afetaria a nascente recuperação após o crescimento econômico ter desacelerado inesperadamente para 7,7 por cento no primeiro trimestre ante 7,9 por cento nos três meses anteriores.
Em vez disso, o ônus pode recair sobre o governo para avançar com reformas estruturais buscando ajudar a sustentar um crescimento de longo prazo na segunda maior economia do mundo.
"Não podemos contar demais com o banco central para dar suporte à economia", disse Xu Hongcai, economista sênior do Centro Chinês para Câmbio Internacional (CCIEE, na sigla em inglês), instituto de pesquisa do governo em Pequim.
O governo deverá contar com política fiscal ao impulsionar o investimento em infraestrutura e reduzindo impostos para sustentar a economia, disse Xu, ex-pesquisador do banco central.
De fato, qualquer investidor que aposta em afrouxamento pode ficar decepcionado após a venda pelo banco central nesta quinta-feira de 10 bilhões de iuanes (1,63 bilhão de dólares) em notas de três meses, a primeira vez que faz isso desde 2011.
Isso sugere que o BC irá contar com outras ferramentas.
Um aperto da política, por sua vez, é improvável, dada uma série de pesquisas de Índices de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços e indústria divulgadas neste mês, sinalizando uma atividade econômica tépida em abril.