Pecuária: alta dos custos superior ao preço pago pela arroba ao produtor mostra aperto das margens dos pecuaristas (SXC.Hu/Reprodução)
Da Redação
Publicado em 8 de agosto de 2014 às 14h32.
São Paulo - Os custos de produção da pecuária de corte tiveram forte alta no primeiro semestre nas principais áreas produtoras do Brasil, superando o incremento no preço da arroba, puxados pelos gastos com reposição de animais e suplementação mineral, mostrou nesta sexta-feira acompanhamento do Centro de Estudos Avançados em Economia (Cepea).
Os números do estudo, divulgados em informativo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), mostram que o preço médio do Custo Operacional Total (COT) subiu 10,72 por cento e o Custo Operacional Efetivo (COE) 12,87 por cento nos primeiros seis meses de 2014, nos 11 principais estados produtores.
No mesmo período, o preço do boi gordo subiu 8,56 por cento, com o maior percentual de alta desde 2010, conforme a média mensal do Indicador ESALQ/BM&FBovespa, num momento em que o Brasil registra exportações recordes de carne bovina.
A alta dos custos superior ao preço pago pela arroba ao produtor mostra um aperto das margens dos pecuaristas, que tiveram no primeiro trimestre preços nominais recordes, acima de 125 reais/arroba.
No segundo trimestre, alegando menores vendas no atacado, frigoríficos tentaram adquirir o boi a valores mais baixos. Os custos com o bezerro para a pecuária de corte subiram 22 por cento, segundo o acompanhamento do Cepea, enquanto a suplementação mineral avançou 4,53 por cento.
Os custos com mão de obra no período aumentaram 6,78 por cento. "Além dos preços recordes do bezerro, a valorização dos suplementos minerais, contribuiu para elevar os custos", informou o Cepea, acrescentando que a pressão do gasto foi maior no segundo trimestre.
O COE refere-se às despesas do setor ao longo do ano, enquanto o COT inclui também o custo de oportunidade do capital investido.