Economia

Cúpula da AIEA vai ao Irã com objetivo de fechar acordo que permita inspeções

A delegação internacional se reunirá em Teerã nesta segunda-feira, com o negociador-chefe iraniano para assuntos nucleares, Saeed Jalili

Policial em Teerã (Behrouz Mehri/AFP)

Policial em Teerã (Behrouz Mehri/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2012 às 17h26.

Viena, 20 mai (EFE).- A cúpula da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) liderada pelo diretor-geral Yukia Amano, viaja neste domingo para Teerã, onde espera fechar com as autoridades iranianas um acordo para intensificar as inspeções do polêmico programa nuclear da República Islâmica.

A viagem de Amano - a primeira ao Irã desde que assumiu a direção da AIEA em 2009 - foi decidida rapidamente, após os avanços alcançados nas duas rodadas de conversas entre a delegação da agência da ONU na semana passada em Viena com uma equipe iraniana.

'Esse é o momento indicado para fazer uma visita ao Irã', disse Amano a um grupo de jornalistas no Aeroporto Internacional de Viena, antes de iniciar sua viagem este domingo. De acordo com o diretor-geral, o objetivo desta visita é intensificar o diálogo com o Irã e evoluir no alcance de um acordo para resolver os assuntos pendentes.

'Ninguém espera que as conversas no Irã sejam um passeio, mas Amano deve estar muito confiante para poder alcançar um acordo', disse neste domingo à Efe uma fonte diplomática próxima à AIEA. Amano viaja para a República Islâmica acompanhado pelo inspetor chefe de desarmamento, Herman Nackaerts, e o diretor adjunto para assuntos políticos, Rafael Grossi.

A delegação internacional se reunirá em Teerã nesta segunda-feira, com o negociador-chefe iraniano para assuntos nucleares, Saeed Jalili. A principal meta é fechar com o Irã um acordo para um 'processo estruturado', como forma de avançar nas dúvidas pendentes sobre a pesquisa atômica, que já dura quase uma década.

Além disso, os inspetores da AIEA desejam um maior acesso a especialistas, materiais e lugares, supostamente relacionados com o suposto programa nuclear militar. Destaque para o complexo militar de Parchín, nos arredores de Teerã, onde o Irã poderia ter realizado experimentos que servem para a construção de bombas nucleares.

Em contrapartida, o Irã nega há anos estas acusações e garante que não tem nada que esconder, mas ao mesmo tempo não concede o acesso que exige a AIEA.

A viagem de Amano a Teerã ocorre em um momento importante do conflito nuclear internacional, pois na próxima quarta-feira ocorre uma reunião em Bagdá entre as cinco potências nucleares do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, França, Reino Unido e China) e Alemanha com Jalili para encontrar uma forma de desbloquear o conflito a partir do diálogo.

Embora Amano tenha ressaltado neste domingo as negociações e as conversas com a AIEA 'são duas coisas diferentes', se mostrou confiante de que os dois processos tenham um efeito mútuo positivo.

Diplomatas ocidentais em Viena acreditam que o Irã queira chegar à reunião de Bagdá com um acordo com a AIEA para poder negociar melhor alguma concessão por parte da comunidade internacional.

Dois dias depois, a AIEA emitirá em Viena seu relatório mais recente sobre suas inspeções no Irã. Neste documento, que nos últimos anos divulgou os avanços do programa nuclear iraniano apesar das exigências do Conselho de Segurança da ONU, será incluído o resultado da viagem de Amano ao Irã, disseram as fontes consultadas.

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