Energia nuclear: as relações bilaterais e comerciais entre Cuba e Rússia se intensificaram nos últimos meses (Getty Images/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 27 de setembro de 2016 às 11h55.
Viena - Cuba e Rússia, dois países historicamente aliados, reforçaram suas relações em matéria nuclear com um acordo para o uso pacífico da energia atômica assinado nesta terça-feira em Viena, paralelamente à Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
O vice-ministro cubano de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, José Fidel Santana, assinou o acordo com diretor da companhia estatal Rosatom, Sergey Kirienko.
Em declarações à Agência Efe, Santana explicou que, depois de dois anos de negociações, o acordo proporcionará aos países um marco para desenvolver "imediatamente" projetos bilaterais, sobre tudo o que for relacionado "ao uso médico da energia nuclear" e com "o setor agroalimentar". Cuba tem especial interesse em obter radiadores industriais de cobalto para a esterilização de alimentos como frutas e verduras, assim como medicamentos para o diagnóstico e tratamento de câncer.
Santana destacou que os projetos bilaterais estão em "fase inicial", o que ainda não permite avaliar o volume econômico ou material deste acordo.
O acordo inclui a possível formação de especialistas nucleares cubanos, pesquisas fundamentais e aplicadas, e a gestão de resíduos radioativos. O que não está contemplado é transferir instalações nucleares russas à ilha, seja de uso médico ou energético.
As relações bilaterais e comerciais entre Cuba e Rússia se intensificaram nos últimos meses com a assinatura deste acordo nuclear e o que inclui a reparação e venda de locomotivas para o transporte de mercadorias na ilha no período 2017-2021.