Cuba: este é um primeiro importante passo para a renegociação da dívida (Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 8 de junho de 2015 às 22h02.
Havana - Cuba e o grupo de países ricos credores Clube de Paris concordaram que Havana deve 15 bilhões de dólares por conta de um calote dado em 1986, representando um primeiro importante passo para a renegociação da dívida, disseram diplomatas ocidentais.
"O montante final de 15 bilhões de dólares foi aprovado por ambas as partes, então esse é um grande primeiro passo, e agora os credores vão se reunir e estabelecer políticas para conversas formais", disse um dos diplomatas com conhecimento das negociações sob condição de anonimato.
O número representa o total que Cuba deve aos países do Clube de Paris após um default em 1986 e inclui o montante principal, taxas de serviço, juros e multas.
Os diplomatas disseram que o acordo representa outro sinal de que o governo comunista de Cuba está interessado em se juntar à economia global e aderir às regras financeiras internacionais.
Os dois lados podem agora avançar para a próxima fase e renegociar os termos de pagamento. Cuba conquistou um significativo perdão em negociações semelhantes com outros credores em anos recentes.
A maioria dos credores do Clube de Paris está disposta a mostrar flexibilidade com Cuba por conta do crescente interesse em fazer negócios com o país, após a ilha caribenha ter melhorado seus laços com os Estados Unidos, disseram diplomatas.
O presidente dos EUA, Barack Obama, e o presidente de Cuba, Raúl Castro, anunciaram em dezembro que seus governos poderiam trabalhar em direção à normalização das relações após décadas de confrontos.
"Todo mundo quer colocar isso para trás e seguir adiante, e, francamente, após 30 anos eu acho que os bancos vão ficar felizes apenas em conseguir algo de volta", disse um diplomata europeu.
Cuba não comenta sobre negociações de dívida.
O Clube de Paris é um grupo informal de governos credores formado por Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Grã-Bretanha, Holanda, Irlanda, Itália, Japão, Noruega, Rússia, Suécia e Suíça.
O grupo tem uma equipe especial de trabalho sobre Cuba que não inclui os EUA.