Cuba: o presidente americano pretende proibir o comércio com empresas controladas pelo Exército cubano e pelo Ministério do Interior (Foto/Getty Images)
EFE
Publicado em 19 de junho de 2017 às 14h45.
Viena - As novas restrições impostas pelo governo dos Estados Unidos a indivíduos e empresas para vetar os negócios com companhias vinculadas às Forças Armadas de Cuba prejudicarão também o setor privado da ilha, advertiu o ministro de Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez, nesta segunda-feira.
"Em Cuba, é impossível atingir o setor estatal sem afetar o cooperativismo, os privados (autônomos) e às pequenas empresas. É claro que as medidas dos Estados Unidos afetarão os interesses dos cubanos", afirmou, em entrevista coletiva em Viena.
As mudanças anunciadas pelo presidente americano, Donald Trump, na sexta-feira passada em Miami "prejudicarão especialmente os setores" com os quais esse país "mais tem interesse em se relacionar", disse Rodríguez.
Segundo ele, por um lado os Estados Unidos tentam impor em Cuba o capitalismo, e, por outro, atacam às empresas privadas na ilha. Para o ministro, as medidas anunciadas por Trump também "vão deteriorar os interesses dos americanos".
"É curioso o paradoxo, porque Trump disse que sua prioridade era o povo americano, a criação de empregos e o favorecimento de oportunidades de empresas americanas. Com estas medidas faz tudo ao contrário", disse Rodríguez.
Conforme o anunciado na semana passada, o presidente americano pretende proibir o comércio com empresas controladas pelo Exército cubano e pelo Ministério do Interior, e eliminar as viagens individuais de americanos a Cuba.