CTEEP: segundo Passanezi, os recursos deverão começar a entrar no caixa da companhia a partir de julho de 2017 (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 29 de abril de 2016 às 12h16.
São Paulo - A transmissora de energia elétrica Cteep avalia voltar a disputar leilões de novos projetos, após o governo federal ter definido condições para pagar uma indenização bilionária devida à empresa e outros agentes do segmento e com a melhoria das condições de retorno e riscos nas licitações.
"A gente reconhece que as condições melhoraram, obviamente teve um aumento muito grande na WACC (taxa de retorno), extensão dos prazos de construção... Seguramente a gente estará analisando os próximos leilões", afirmou nesta sexta-feira o presidente da Cteep, Reynaldo Passanezi Filho, em teleconferência com investidores.
A Cteep já teve reconhecido o direito a 3,9 bilhões de reais em indenização referente a investimentos em suas linhas que ainda não haviam sido amortizados no fim de 2012, quando a empresa aceitou renovar sua concessão antecipadamente e com receitas menores, no âmbito de um pacote de medidas do governo para reduzir as tarifas de energia.
O pagamento será feito em oito anos, por meio de um aumento na receita paga à empresa pela operação das linhas. No dia do anúncio do acerto para o pagamento, as ações da Cteep subiram mais de 10 por cento.
Segundo Passanezi, os recursos deverão começar a entrar no caixa da companhia a partir de julho de 2017.
"Com a indenização, a gente tem a oportunidade de desenhar a estratégia de crescimento com muito mais clareza... Ficamos muito satisfeitos em ver que foram refletidas condições para que essa indenização seja paga dentro de critérios justos e ajude a saúde financeira tanto das empresas quanto do setor (de transmissão)", afirmou.
A estatal Eletrobras e empresas estaduais como Cemig e Copel estão entre as outras companhias com negócios em transmissão que possuem indenizações a receber.
A falta de definição sobre o tema reduziu o interesse dos investidores em novos projetos de transmissão, o que fez com que grande parte dos empreendimentos oferecidos nos últimos leilões não recebesse proposta de interessados.