Economia

Criticando Fed, Trump defende juros ainda menores nos EUA

O banco central americano cortou na semana passada a taxa de juros em 0.25 ponto, para entre 1.75 e 2%, mas Trump defende taxa perto de zero

Prédio do Fed, em Washington: em pé de guerra com Donald Trump (Leah Millis/Reuters)

Prédio do Fed, em Washington: em pé de guerra com Donald Trump (Leah Millis/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de setembro de 2019 às 14h18.

Última atualização em 22 de setembro de 2019 às 14h19.

O presidente americano, Donald Trump, afirmou em sua conta oficial no Twitter neste domingo que os Estados Unidos deveriam estar pagando menos juros que outros países.

"Nós deveríamos estar pagando juros menores que os outros", escreveu o presidente, fazendo referência ao presidente do Fed, banco central americano.

Citando declarações entre aspas, mas sem mencionar o autor da frase, Trump disse ainda que "Em um giro pelo mundo vamos ver países com juros muito baixos, ou taxas negativas. O presidente quer ser competitivo com esses países nesse ponto, mas eu não creio que ele irá demitir Jay Powell", com a declaração fazendo referência ao presidente do Fed, o banco central americano.

O Fed cortou no último dia 18 de setembro 0,25 ponto percentual de sua taxa básica de juros, deixando a taxa entre 1.75 a 2%. Foi o segundo corte desde a crise financeira, em 2008, com o primeiro sendo também neste ano, em julho.

O corte na taxa, contudo, não foi o suficiente para agradar Trump, que já defendeu uma taxa próxima de zero. À rede de televisão Fox News, Trump disse estar "muito desapontado" com o presidente do Fed, Jerome Powell, e questionou sua capacidade de "jogar bem o jogo". A taxa de juros incidindo sobre o Tesouro americano com vencimento em 10 anos na sexta-feira 20 era de 1.72%.

Uma série de bancos centrais -- como Japão, Suécia, Suíça, zona do euro e Dinamarca -- estão com a taxa de juros abaixo de zero, na tentativa de combater índices baixos de inflação. Assim, Trump vem atacando o Fed desde meados de 2018, afirmando que as taxas de juros americanas, consideradas altas na visão do presidente, colocam o país em desvantagem competitiva na comparação com outros países.

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