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Da Redação
Publicado em 14 de junho de 2010 às 18h10.
São Paulo - A Fundação Getúlio Vargas (FGV) respondeu nesta segunda-feira críticas sobre o impacto do reajuste do minério de ferro na inflação, após o presidente da Vale, Roger Agnelli, afirmar que a metodologia do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) estaria equivocada.
Esse indicador acelerou fortemente nas últimas leituras, pressionado, entre outros fatores, por um salto nos custos do minério de ferro. Na primeira prévia de junho, por exemplo, o IGP-M avançou 2,21 por cento, maior alta desde dezembro de 2002, ante taxa de 0,47 por cento em igual período de maio.
"É no IPA-M (do IGP-M) que estão retratados os movimentos de preços do minério de ferro. O impacto da variação de preço resulta da combinação do percentual de elevação (ou redução) deste item com o seu peso no índice", apontou a FGV em nota.
"É conhecida por todos a magnitude da recente elevação do preço do minério de ferro. O que tem suscitado dúvida é o procedimento usado para ponderar os integrantes do IPA-M, o minério de ferro em particular."
A Vale praticamente dobrou o preço do minério de ferro no segundo trimestre deste ano e, segundo fontes, deverá ajustar em 23 por cento o valor da commodity no terceiro trimestre. A empresa adotou ajustes trimestrais em 2010 para refletir melhor o mercado, abandonando o ajuste anual praticado há décadas.
Segundo a FGV, o IPA-M é ponderado segundo pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a produção da agropecuária e da indústria.
"O peso do minério de ferro, à semelhança dos demais produtos industriais, é calculado com base na média trienal do valor das vendas do produto", em linha com as recomendações internacionais.
"Por focalizarem a esfera da produção, os pesos não distinguem a destinação dos produtos, se absorvidos domesticamente ou exportados."
Na semana passada, o presidente da Vale, Roger Agnelli, disse ter argumentado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que a metodologia estaria equivocada por considerar que todo o minério de ferro produzido pela companhia era vendido no Brasil, enquanto na realidade isso só ocorre com 10 por cento da produção.
Agnelli também alertou sobre os riscos de o governo adotar uma eventual redução de tarifa de importação do produto como forma de combater a inflação .