Economia

Crise no setor de petróleo vai tirar R$ 62 bi da economia

Corte nos investimentos da Petrobras e crise no setor terão um efeito pesado na economia até 2019, dizem especialistas da UFRJ


	Petróleo: crise no setor fará com que Brasil deixe de gerar R$ 62 bilhões em renda até 2019
 (Spencer Platt/AFP)

Petróleo: crise no setor fará com que Brasil deixe de gerar R$ 62 bilhões em renda até 2019 (Spencer Platt/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2015 às 09h00.

Rio - A crise no setor de petróleo e o corte nos investimentos da Petrobras terão um efeito pesado na economia nos próximos cinco anos. Pelas contas do Grupo de Economia da Energia (GEE) da UFRJ, o País deixará de gerar R$ 62 bilhões em renda até 2019.

Os prejuízos afetam a geração de emprego e as receitas de Estados e municípios dependentes dos royalties, principalmente no Rio de Janeiro. Já a consequência positiva aparece na balança comercial, com a queda da importação de petróleo e derivados.

O estudo "Impactos Macroeconômicos da Indústria de Petróleo e Gás Natural" mostra que, se tivesse mantido o ritmo de crescimento registrado até 2013, a indústria de óleo poderia injetar US$ 236,7 bilhões em investimentos de 2015 a 2019. Mas a projeção caiu 45%, para US$ 130 bilhões.

Marcelo Colomer, economista do GEE, diz que o estudo avalia a situação de toda a indústria de óleo e gás, e não apenas da Petrobras, embora ela seja a principal responsável pelo desaquecimento da economia.

O investimento da indústria petroleira representou 9,8% de tudo o que foi investido no País em 2013, último ano de crescimento do setor.

Os especialista da UFRJ consideraram duas projeções de investimento do setor no período de cinco anos - de US$ 236,7 bilhões, quando o cenário era de crescimento, e a de US$ 130 bilhões, hoje.

O resultado foi uma queda de 26% na criação de vagas em cinco anos. Os mais atingidos serão os empregados do setor de serviços, que responde por 34,65% do total de empregos diretos criados pela indústria e por 18,52% dos indiretos.

Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, o setor não chegou a aproveitar o boom do petróleo da última década, já que houve concentração na fase de exploração.

"O segmento de bens de capital e equipamentos do setor naval não chegou a se desenvolver. Hoje, é até menor (do que há dez anos)", disse, complementando que a expectativa era que, justamente agora, as empresas de equipamentos começariam a se beneficiar.

Com a crise, perdem também os municípios e Estados produtores de petróleo, que viram minguar suas receitas com royalties. No primeiro semestre, a queda de arrecadação foi de 25% em relação a igual período de 2014, por causa da retração da cotação do petróleo.

Para o presidente da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro), Aluízio dos Santos, o fracasso do último leilão da Agência Nacional de Petróleo (ANP) reforçou a preocupação. "Temos uma indústria que representa 12% do PIB sem produzir."

Em contrapartida, o cenário favorece a balança comercial. Segundo o estudo, o saldo comercial da área de petróleo melhora por causa da redução da demanda, provocada pela crise e pelos aumentos de preços. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCombustíveisCrise econômicaCrises em empresaseconomia-brasileiraEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEnergiaEstatais brasileirasIndústria do petróleoPetrobrasPetróleo

Mais de Economia

BNDES firma acordo de R$ 1,2 bilhão com a Agência Francesa para projetos no Brasil

Se Trump deportar 7,5 milhões de pessoas, inflação explode nos EUA, diz Campos Neto

Câmara aprova projeto do governo que busca baratear custo de crédito