Economia

Crise mundial afeta mais a indústria, diz Mantega

Segundo ele, a economia crescerá 3,5 por cento a 4 por cento no segundo semestre, em dados anualizados

Guido Mantega presidirá reunião do Conselho de Administração da Petrobras na representação da estatal em Brasília. (Antônio Cruz/ABr)

Guido Mantega presidirá reunião do Conselho de Administração da Petrobras na representação da estatal em Brasília. (Antônio Cruz/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2012 às 23h39.

São Paulo - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quarta-feira que a atual crise mundial não é menos intensa que a de 2008 e que afeta mais a indústria no mundo todo, sendo improvável uma solução no curto prazo. Apesar disso, o ministro defendeu que a produção industrial brasileira, em junho, não "será ruim".

"Temos que ter a consciência de que estamos enfrentando uma crise bastante grave e que não vai ser solucionada no curto prazo", afirmou Mantega em evento com empresários em São Paulo, acrescentando que o cenário de recessão na União Europeia e de baixo crescimento nos Estados Unidos continuará.

Para Mantega, a Europa conseguiu, com as ações já adotadas, afastar "de imediato" a crise bancária e afirmou que a a atual crise não é menos intensa do que a vista em 2008, cujo ápice foi a quebra do Lehman Brothers.

"(A produção industrial de) junho não será ruim, porque os setores que puxaram pra baixo (a atividade) já estão melhorando", afirmou Mantega, que voltou a repetir que o Produto Interno Bruto (PIB) terá, no segundo semestre deste ano, resultados "muito melhores" do que no primeiro.

Segundo ele, a economia crescerá 3,5 por cento a 4 por cento no segundo semestre, em dados anualizados, mas não fez previsões para o ano fechado.


Na terça-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a produção industrial caiu 0,9 por cento em maio sobre abril, a terceira queda mensal seguida. Na comparação com maio de 2011, a produção diminuiu 4,3 por cento.

O governo vem adotando medidas de estímulo para tentar acelerar o crescimento do país, afetado sobretudo pela crise externa. Para ele, o ideal seria um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) entre 4 e 5 por cento nos próximos anos.

Mantega disse nesta quarta-feira que outras medidas podem ser avaliadas, citando como exemplo a redução das alíquotas de PIS/Confis para algums setores, como já ocorre com o de massas.

O ministro defendeu que o país tem feito importantes avanços nas políticas monetárias -com menores juros e spreads-, por exemplo. Além disso, o governo tem feito uma política cambial mais ativa, "que resulta num real mais competitivo".

Mantega disse ainda que a inadimplência e os spreads bancários -diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa efetivamente cobrada ao cliente final- estão recuando.

Últimos dados do Banco Central mostraram, no entanto, que a inadimplência do país chegou ao nível recorde

Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaGuido MantegaIndicadores econômicosIndústriaPersonalidadesPIBPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Economia

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto

Manifestantes se reúnem na Avenida Paulista contra escala 6x1

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade