Vladimir Putin em coletiva de imprensa em Moscou:"na pior das hipóteses, a crise vai durar dois anos, mas pode melhorar antes e, de todos os modos, terá uma solução de forma inevitável" (Alexander Nemenov/AFP)
Da Redação
Publicado em 18 de dezembro de 2014 às 08h53.
Moscou - O presidente Vladimir Putin afirmou nesta quinta-feira que a economia da Rússia, que enfrenta a pior crise monetária desde 1998, voltará a crescer em dois anos no máximo.
Na pior das hipóteses, a crise vai durar dois anos, mas pode melhorar "antes" e, de todos os modos, terá uma solução de forma "inevitável", já que a economia mundial continua crescendo, afirmou Putin em sua entrevista coletiva anual.
"Vamos utilizar as medidas empregadas com êxito em 2008", explicou.
Putin não quis se aventurar sobre a evolução da situação e considera possível tanto um aumento do rublo como uma nova queda diante "dos numerosos fatores de incerteza".
O presidente, mais popular do que nunca, disse que serão mantidos os programas sociais (aumento das aposentadorias e dos salários dos funcionários), mas que o governo pode se ver obrigado a reduzir alguns gastos em função de como a situação evoluir.
Putin considerou adequadas as medidas tomadas pelo Banco Central e pelo governo diante da crise, lembrando a este último que "não deve fugir de suas responsabilidades".
Inicialmente o governo adotou uma atitude passiva diante da queda do rublo, justificando que dependia principalmente de fatores externos (sanções ocidentais e queda de preços do petróleo) e que a moeda acabaria subindo.
Mas diante do desenrolar dos acontecimentos se uniu aos esforços do BC para apagar o incêndio, com medidas de apoio aos bancos e negociações com os grandes grupos exportadores para evitar que a venda de divisas afetasse muito a moeda.
Depois das declarações de Putin, a moeda caía frente ao dólar, que às 09h45 GMT (07h45 de Brasília) era negociado a 63,10 rublos.
O rublo perdeu aproximadamente 40% de seu valor desde o início do ano, como consequência das sanções vinculadas à crise ucraniana e à queda dos preços do petróleo, principal fonte de renda do Estado.