Desemprego: criação de vagas de trabalho nos EUA desacelerou acentuadamente em maio (Brian Snyder/Reuters)
Reuters
Publicado em 7 de junho de 2019 às 09h56.
Última atualização em 7 de junho de 2019 às 12h36.
Washington — A criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos desacelerou acentuadamente em maio e os salários subiram menos que o esperado, sugerindo que a perda de ímpeto na atividade econômica está se disseminando para o mercado de trabalho, o que pode pressionar ainda mais o Federal Reserve a cortar os juros neste ano.
Foram criadas 75 mil vagas de emprego fora do setor agrícola no mês passado, disse o governo em seu relatório de empregos, um número abaixo dos 100 mil postos necessários por mês para acompanhar o crescimento na população em idade ativa.
Os dados de março e abril foram revisados para mostrar criação de 75 mil vagas a menos que reportado anteriormente. Economistas consultados pela Reuters projetavam criação de 185 mil postos de trabalho no mês passado.
O esfriamento das contratações mostrado no relatório do Departamento do Trabalho nesta sexta-feira aconteceu mesmo antes de uma recente intensificação nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China e México.
Economistas já alertaram que as disputas comerciais podem prejudicar a economia, que irá celebrar 10 anos de expansão no próximo mês, período mais longo já registrado. Até agora a economia mostrou-se resiliente à guerra comercial com a China.
A menor criação de vagas de trabalho no mês passado, entretanto, provavelmente subestima a saúde do mercado de trabalho, uma vez que medidas como as solicitações de auxílio-desemprego e o índice de emprego em serviços do Instituto de Gerenciamento de oferta sugeriram força.
O aumento do salário mensal permaneceu moderado em maio, com a renda média por hora subindo 6 centavos, ou 0,2% após ganho similar em abril. Isso reduziu o aumento anual dos salários a 3,1%, ante 3,2% em abril.
Se sustentada, a moderação nos ganhos salariais pode jogar dúvidas sobre o otimismo do Fed de que a inflação retornará à meta de 2%.
A taxa de desemprego permaneceu perto da mínima de 50 anos de 3,6% em maio.