Economia

Taxa de desemprego nos EUA é a menor dos últimos 17 anos

Ainda assim, criação de vagas de emprego no país ficou abaixo do esperado em abril e salários tiveram apenas uma leve alta

Emprego: criação de vagas de emprego nos Estados Unidos ficou abaixo do esperado em abril (Oli Scarff/Reuters)

Emprego: criação de vagas de emprego nos Estados Unidos ficou abaixo do esperado em abril (Oli Scarff/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 4 de maio de 2018 às 09h49.

Última atualização em 4 de maio de 2018 às 12h24.

Washington - A criação de vagas de emprego nos Estados Unidos ficou abaixo do esperado em abril e a taxa de desemprego caiu para a mínima de quase 17 anos e meio de 3,9 por cento, uma vez que alguns norte-americanos desempregados deixaram a força de trabalho.

O relatório de emprego do Departamento do Trabalho dos EUA divulgado nesta sexta-feira também mostrou que os salários tiveram apenas leve alta no mês passado, o que poderia aliviar as preocupações de que as pressões inflacionárias estavam aumentando rapidamente, provavelmente mantendo o Federal Reserve, banco central dos EUA, em uma trajetória gradual de aperto monetário.

O Departamento do Trabalho informou que foram criados no mês passado 164 mil postos de trabalho fora do setor agrícola, contra expectativa de 192 mil.

Os dados de março foram revisados ​​para cima para mostrar criação de 135 mil vagas, em vez das 103 mil relatadas anteriormente. Essa ainda foi a menor quantidade de empregos criados em seis meses, após um ganho de 324 mil em fevereiro.

O crescimento do emprego está desacelerando conforme o mercado de trabalho atinge o pleno emprego. Houve um aumento nos relatórios de empregadores, especialmente nos setores de construção e manufatura, que têm dificuldades para encontrar trabalhadores qualificados.

A queda prevista na taxa de desemprego de 4,1 por cento em março levou-a a um patamar que não é visto desde dezembro de 2000 e muito perto da previsão do Fed de 3,8 por cento até o final deste ano. Foi a primeira vez em seis meses que a taxa de desemprego caiu.

Mas 236 mil pessoas deixaram a força de trabalho. A taxa de participação na força de trabalho, ou a proporção de norte-americanos em idade de trabalhar que têm emprego ou estão procurando por um, caiu para 62,8 por cento, ante 62,9 por cento em março.

A renda média por hora subiu 0,1 por cento no mês passado, depois de aumentar 0,2 por cento em março. Isso deixou o aumento anual do salário médio por hora em 2,6 por cento.

A semana de trabalho média permaneceu inalterada em 34,5 horas no mês passado.

Embora a renda média por hora sugira apenas um aumento gradual da inflação salarial, outras medidas foram mais robustas. O Índice de Custo de Emprego (ECI, na sigla em inglês), amplamente considerado pelas autoridades monetárias e economistas como uma das melhores medidas da ociosidade do mercado de trabalho, aumentou com força no primeiro trimestre. O relatório do ECI mostrou que os salários subiram em seu ritmo mais rápido em 11 anos durante o período.

Mesmo com o aumento anual do salário médio por hora ainda moderado, a inflação está flertando com a meta do Fed. A medida de inflação preferida do Fed, o índice PCE excluindo alimentos e energia, subiu 1,9 por cento na base anual em março, após alta de 1,6 por cento em fevereiro.

Na quarta-feira, o Fed deixou inalterada a taxa de juros e disse esperar que a inflação anual chegue perto de sua meta "simétrica" de 2 por cento no médio prazo.

Economistas interpretaram que "simétrica" significa que as autoridades monetárias não se preocupariam muito com a inflação ultrapassando a meta.

Acompanhe tudo sobre:DesempregoEmpregosEstados Unidos (EUA)

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto