Economia

Crescimento real de despesas dentro da meta para 2017 é zero

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que a expectativa para o crescimento real das despesas dentro da meta para 2017 é zero


	Henrique Meirelles: Meirelles afirmou que o governo se compromete com o resultado fiscal de 2017 deficitário em R$ 139 bilhões
 (Ueslei Marcelino / Reuters)

Henrique Meirelles: Meirelles afirmou que o governo se compromete com o resultado fiscal de 2017 deficitário em R$ 139 bilhões (Ueslei Marcelino / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 7 de julho de 2016 às 22h27.

Brasília - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quinta-feira, 7, que a expectativa para o crescimento real das despesas dentro da meta para 2017 é zero, revertendo processo expansionista.

Meirelles afirmou que o governo se compromete com o resultado fiscal de 2017 deficitário em R$ 139 bilhões, mesmo sem detalhar a fonte de mais de R$ 55 bilhões que serão necessários para chegar ao resultado anunciado hoje.

"Existe compromisso com esse numero e, se for necessário, será estabelecido imposto adicional, mas não é a intenção nesse momento", disse.

Segundo o ministro, de hoje até o final de agosto o governo terá um prazo corrido superior ao que tem agora para analisar as contas e, com "muito melhores condições de avaliar a atividade econômica".

"A trajetória de queda da confiança empresarial já reverte e daqui até final de agosto teremos evolução muito clara da retomada de confiança e as projeções poderão ser feitas com maior condição. É uma questão de obedecer determinações legais", lembrou.

O ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, divulgou ainda que a previsão do governo para a dívida bruta em 2017 é de 76,6% do Produto Interno Bruto (PIB) e de 48,3% do PIB para dívida líquida.

2019

Meirelles previu um pequeno "superávit" fiscal a partir de 2019. "Estamos prevendo um resultado equilibrado". Ele destacou a evolução de uma quadro favorável das despesas do setor público. "É devido ao realismos e seriedade que encaramos esse número", prometeu.

O ministro destacou que até agosto, quando serão detalhadas as previsões de receitas, o governo terá uma noção um pouco melhor da reação da economia, confiança e do potencial de concessões. Meirelles disse que o governo fará até lá testes de mercado para avaliar o potencial real das concessões.

"Isso representa uma realismos e uma busca de precisão e de compromisso com o resultado", disse o ministro. Segundo ele, não haverá revisões no futuro.

Inflação

Ao anunciar um déficit de R$ 139 bilhões para 2017, Meirelles anunciou que a projeção do governo para a inflação em 2017 é de 4,8%, ante uma projeção superior a 7% em 2016.

Padilha

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, evitou entrar em rota de colisão com o dirigente da Fazenda e afirmou que nunca defendeu uma meta de R$ 170 bilhões. "Não tem ninguém mais contente do que eu porque aquilo que eu registrei se reverteu numa queda", disse.

O dirigente da Casa Civil disse ainda que o número é positivo e que é um compromisso fortíssimo, além de muito realista. "E tenho certeza de que o Brasil vai conseguir entregar esse resultado. Milagre não tem, teremos que trabalhar profundamente para cortar despesas e fazer com que as receitas apareçam", frisou, antes de dizer que "não tem temor nenhum em enfrentar esse desafio".

Impeachment

Meirelles afirmou que o processo de impeachment "é um processo normal e que segue seu curso".

"A nossa proposta é para o País", disse o ministro antes de lembrar que "o longo prazo demora, mas chega e é muito importante que tenhamos conjunto de atitudes tendo em vista o longo prazo". Ele disse ainda que "tomara que o País tome a decisão que for mais adequada".

Questionado se o rombo fiscal de R$ 139 bilhões para 2017 contempla mais ajuda aos Estados, o ministro disse que o governo já fechou um acordo com os entes da federação.

Meirelles esclareceu ainda que existe uma previsão legal para que a União compense o resultado do primário dos Estados caso os entes realizem um déficit fiscal superior a R$ 1 bilhão, mas que não é obrigada.

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