Economia

Crescimento industrial na China atinge máximo em 2 anos

Responsável do Escritório Nacional de Estatísticas do país atribuiu bom desempenho às políticas de estabilização da economia lançadas pelo Executivo


	Xangai: medidas de estímulo incluíram reduções tributárias, mais crédito para pequenas empresas e investimentos públicos em habitação e infraestrutura
 (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)

Xangai: medidas de estímulo incluíram reduções tributárias, mais crédito para pequenas empresas e investimentos públicos em habitação e infraestrutura (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2014 às 07h15.

Pequim - A atividade industrial da China continuou sua expansão em julho e alcançou neste mês seu nível máximo em mais de dois anos, o que reforça os sinais de que a segunda maior economia do mundo está se recuperando e que respondeu às medidas de estímulo implementadas pelo governo.

Segundo os dados divulgados nesta sexta-feira pelo Escritório Nacional de Estatísticas do país, o Índice de Gerente de Compras (PMI, sigla em inglês) ficou em 51,7 pontos em julho, sete décimos a mais do que no mês anterior, a maior expansão registrada em 27 meses.

O crescimento do PMI - que quando está acima dos 50 pontos mostra expansão e quando está abaixo indica contração - é maior que o esperado pelos analistas e marca o quinto mês de crescimento consecutivo.

O dado oficial revela que a maioria dos subíndices (10 de 12) mostrou crescimento em relação ao mês de junho.

Entre eles se destaca o de produção, que ficou em 54,2 pontos (seu nível mais alto este ano), e o de novos pedidos, que marcou um recorde, desde maio de 2012, ao ficar em 53,6 pontos. Esses dois subíndices são interpretados como um termômetro da demanda interna e externa das empresas.

Em comunicado, o responsável do Escritório Nacional de Estatísticas do país, Zhao Qinghe, atribuiu o bom desempenho do PMI às políticas de estabilização da economia lançadas pelo Executivo, assim como à melhora das condições externas, que ajudaram a impulsionar a produção e a demanda.

Hoje também foi divulgado o índice do PMI proporcionado pelo HSBC, a entidade financeira que todos os meses publica dados da indústria com base em uma pesquisa com pequenas e médias empresas do setor, ao contrário do PMI oficial, que se baseia mais em empresas grandes e de titularidade estatal.

Neste mês, as estimativas do banco situaram o PMI em 51,7 pontos - coincidindo com o oficial -, um ponto a mais que o número registrado em junho, quando o índice superou pela primeira vez este ano o limite entre expansão e contração, segundo os dados do HSBC.

Para a entidade, o PMI de julho teve o aumento mais forte registrado em 18 meses.

Em comunicado, o economista-chefe para a China do HSBC, Hongbin Qu, afirmou que a entidade espera que o impacto das medidas promovidas por Pequim continue sendo visto nos meses seguintes e que as mesmas ajudem a consolidar a recuperação da economia do país asiático.

A China cresceu 7,4% durante o primeiro semestre do ano, um número ligeiramente inferior à meta estabelecida para este ano, de 7,5%, uma taxa baixa em comparação com o crescimento de dois dígitos registrado pelo gigante asiático durante as últimas décadas.

A economia chinesa teve um começo de ano ruim, mas acelerou seu crescimento durante o segundo trimestre depois das medidas de estímulo implantadas por Pequim, que incluíram reduções tributárias, mais crédito para as pequenas empresas e investimentos públicos em habitação e infraestrutura. 

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