Viagem: Dá para personalizar a pesquisa e o site só mostra viagens que combinam com você (LeonidKos/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 2 de março de 2017 às 21h15.
Hong Kong/Frankfurt - Este ano está se configurando como o mais sincronizado para o crescimento global desde o período imediatamente posterior à última recessão, o que pode diminuir o peso carregado pelos EUA de atuar como motor econômico do mundo.
Dos dados industriais chineses robustos à inflação mais elevada na Alemanha, quase todas as grandes economias avançam em um ritmo razoável, quando não estão acelerando.
Não é preciso olhar além dos últimos dados do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês), segundo Reinhard Cluse, economista-chefe europeu do UBS em Londres.
O índice industrial americano do Institute for Supply Management subiu para 57,7 em fevereiro, o sexto avanço seguido, e os dados também mostraram uma aceleração industrial na zona do euro pelo sexto mês em fevereiro e a consolidação do indicador industrial oficial da China.
“Isto se deve claramente à esperança de crescimento internacional mais bem sincronizado”, disse Cluse. “A aceleração dos PMIs industriais reflete o otimismo de que a economia global realmente acelerou o ritmo.”
Com uma expansão sincronizada, a economia global não precisa confiar tanto no crescimento dos EUA, o que pode relaxar a pressão que causa a valorização do dólar.
O crescimento mais rápido ao redor do mundo também poderia ajudar a diminuir os déficits comerciais dos EUA que, juntamente com o dólar mais fraco, poderiam reduzir parte das crescentes tensões comerciais que surgiram com a posse do presidente norte-americano, Donald Trump.
Há também evidências de aumento de ritmo em boa parte do mundo. A confiança econômica na zona do euro é mais forte do que no período posterior à crise da dívida, em 2011, e apesar de o desemprego continuar sendo duas vezes maior que o nível registrado nos EUA, o índice está caindo mais rapidamente do que o previsto.
A recuperação do comércio na Ásia é impulsionada pela política monetária mais relaxada e pelos estímulos da China, aplicados no ano passado em meio aos temores relacionados a uma forte desaceleração.
Os diferenciais entre os títulos de 10 anos e os títulos de dois anos são praticamente os mesmos na zona do euro e nos EUA. Esta é a primeira vez que isso acontece desde 2012.
Nenhuma economia do Grupo dos 20 deverá registrar declínio de produção neste ano, segundo pesquisas da Bloomberg com economistas.
Se a projeção for confirmada pelos dados, será a primeira vez desde 2010 sem contração. Inclusive, 12 economias do G-20 deverão ver o crescimento acelerar ou permanecer no mesmo patamar em 2017, o que seria o melhor resultado desde 2010.
Chetan Ahya, codiretor global de economia e economista-chefe para a Ásia do Morgan Stanley em Hong Kong, afirma que este ano está se configurando como a primeira aceleração sincronizada dos mercados desenvolvido e emergente desde 2010.
“Com o abatimento das forças contrárias dos mercados emergentes, a recuperação em sincronia do crescimento global está em andamento e deverá provocar uma reflação mais rápida também”, disse Ahya.
“Como resultado, o ciclo das políticas dos bancos centrais dos mercados desenvolvidos agora está mudando e os ricos se inclinam para uma postura política mais rígida, o que mantém pressões ascendentes sobre os rendimentos dos títulos básicos.”