Angel Gurría avalia que o "esforço do Brasil para combater a pobreza, reduzir a desigualdade de renda e reforçar a coesão social está dando frutos" (Jure Makovec/AFP)
Da Redação
Publicado em 19 de março de 2013 às 16h39.
Londres - A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) declarou nesta terça-feira que o crescimento recente da economia brasileira é diretamente influenciado pelos gastos públicos. A afirmação consta do relatório OCDE Brasil 2013, lançado em Paris. No documento, a organização afirma que "o crescimento econômico do Brasil tem sido apoiado nos últimos anos pelo importante investimento público e programas sociais".
De acordo com a OCDE, as iniciativas do governo são importantes para o desenvolvimento econômico, regional e social. "Estes programas podem ajudar o Brasil a cumprir as metas de sustentar o crescimento econômico e o desenvolvimento social, além de reduzir as disparidades regionais", diz o parecer. Apesar de reconhecer a importância dos gastos públicos, o documento nota que é necessário dar mais eficiência ao tema. "Para que esse esforço atinja todo o potencial, é necessária melhor coordenação entre as esferas da administração pública nos níveis federal, estadual e municipal."
No documento, a OCDE destaca que a diferença entre as várias regiões do Brasil diminuiu nos últimos anos. Em 15 anos, cita o estudo, a economia do Nordeste - em termo per capita - cresceu 46%, acima dos 34% observados no Sudeste. "Embora tenham diminuído ao longo dos 15 anos graças ao rápido crescimento de alguns dos Estados mais pobres do País, as disparidades regionais continuam elevadas para os padrões da OCDE", diz o relatório.
Em comunicado divulgado com o documento, o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, avalia que o "esforço do Brasil para combater a pobreza, reduzir a desigualdade de renda e reforçar a coesão social está dando frutos". "A boa governança será fundamental para que o Brasil use conquistas anteriores para alcançar o objetivo de desenvolvimento. Incentivo o governo a fazer com que as autoridades nacionais e regionais trabalhem em conjunto para que a oportunidade não seja perdida", diz.