Economia

Crescimento do crédito diminui e inadimplência sobe

Alta da inadimplência total atingiu o maior valor desde janeiro de 2010

Dados divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira mostraram ainda que a inadimplência para pessoas físicas ficou em 7,1% em outubro (Agência Brasil)

Dados divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira mostraram ainda que a inadimplência para pessoas físicas ficou em 7,1% em outubro (Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 23 de novembro de 2011 às 10h58.

Brasília - O crescimento do crédito registrou uma forte desaceleração em outubro na comparação com setembro, ao mesmo tempo em que a inadimplência total subiu no mês, atingindo o maior valor desde janeiro de 2010.

No mês passado, o crédito total disponibilizado pelo sistema financeiro no Brasil aumentou 0,8 por cento em outubro, chegando a 48,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), ou 1,946 trilhão de reais. Em setembro, o crescimento havia ficado ao redor de 2 por cento.

A desaceleração do crédito ocorre num momento em que a autoridade monetária reduziu em 1 ponto percentual a taxa básica de juros, para 11,5 por cento ao ano.

O crescimento menor das operações de crédito no mês passado foi influenciado, segundo a autoridade monetária, pela greve bancária que "restringiu parcialmente o acesso aos serviços bancários, afetando, principalmente, o crédito às pessoas físicas, em particular o crédito pessoal e o consignado," informou o BC em nota.

Dados divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira mostraram ainda que a inadimplência para pessoas físicas ficou em 7,1 por cento em outubro, alta de 0,1 ponto frente a setembro.

Para pessoa jurídica, houve crescimento de 0,2 ponto, para 4 por cento.

O spread aumentou de 28,1 pontos percentuais em setembro para 28,9 pontos percentuais em outubro. Para pessoas físicas, o spread cresceu 1,5 ponto percentual, para 36,5 pontos. As empresas tiveram aumento um pouco menor em relação ao mês passado de 0,1 ponto, para 19 ponto.

O Banco Central também divulgou que a Taxa Preferencial Brasileira (TPB) ficou em 17,1 por cento com dados disponíveis de setembro; em agosto a taxa estava em 17,8 por cento.

A taxa de juros geral subiu 0,5 ponto, para 39,5 por cento ao ano. Para pessoas físicas, a taxa atingiu 47 por cento, o maior patamar desde maio de 2009, quando estava em 47,3 por cento. A taxa para empresas caiu 0,2 ponto, para 29,8 por cento.

Os bancos públicos tiveram queda na participação das operações de crédito em relação ao Produto Interno Bruto(PIB).

Em outubro, as instituições estatais participaram com 20,5 por cento, queda de 0,1 ponto em relação a setembro, e as instituições privadas nacionais mantiveram a fatia em 19,5 por cento. Os bancos estrangeiros contribuíram com 8,4 por cento do PIB, mesmo percentual de setembro.

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