Indústria: No mês, a criação de empregos no setor industrial foi a mais fraca na atual sequência de três meses de expansão (Germano Luders/Exame)
Reuters
Publicado em 1 de abril de 2019 às 10h32.
São Paulo — O crescimento da indústria brasileira perdeu força em março em meio ao menor número de encomendas e à fraqueza do emprego, com queda nas exportações, de acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada nesta segunda-feira, 1º.
O PMI da indústria calculado pelo IHS Markit caiu a 52,8 em março, de 53,4 no mês anterior, quando chegou à máxima de 11 meses. Apesar da desaceleração, o índice permanece acima da marca de 50, o que indica expansão.
No mês, a criação de empregos no setor industrial foi a mais fraca na atual sequência de três meses de expansão. Enquanto algumas empresas contrataram pessoal extra devido ao crescimento da demanda e à necessidade de trabalho qualificado, outras cortaram vagas como redução de custos.
O aumento das novas encomendas diminuiu em relação ao mês anterior, mas ainda permaneceu sólido, com as empresas relatando consumo maior, conquistas de novos clientes e demanda doméstica mais forte.
As vendas para exportação caíram pelo quarto mês seguido, com a garantia de novos trabalhos em empresas que se beneficiaram da fraqueza do real compensando apenas parcialmente a contração naquelas que citaram demanda global fraca.
A produção, por sua vez, aumentou pelo nono mês seguido em março e no ritmo mais forte em um ano, mas parte dos produtos foi colocada em estoque.
A inflação dos preços de insumo atingiu o nível mais forte em cinco meses, segundo os entrevistados, devido à depreciação do real. Da mesma maneira, os preços cobrados na saída subiram no ritmo mais veloz em cinco meses.
"As empresas elevaram suas taxas de cobrança no maior ritmo em cinco meses, fator que pode explicar a desaceleração no crescimento das novas encomendas e destaca o alto grau da sensibilidade de preços entre os clientes", avaliou a economista do IHS Markit Pollyanna de Lima.
Mas a confiança dos empresários permaneceu positiva em março, com previsões de maior expansão da base de clientes, expansão da capacidade, investimentos em maquinário e políticas públicas de suporte para ampliar a produção ao longo dos próximos 12 anos.