Economia

Crescimento da inadimplência em julho chega a 4,43%, diz SPC

Na comparação com o mês anterior, inadimplência registrou aumento de 0,42%


	Inadimplência: na avaliação do SPC, o cenário evidencia um “cenário de fraca atividade econômica”
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Inadimplência: na avaliação do SPC, o cenário evidencia um “cenário de fraca atividade econômica” (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2014 às 13h37.

Brasília - O número de pessoas inadimplentes registrado no banco de dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) cresceu 4,43% em julho, na comparação com o mesmo mês de 2013. O percentual ficou ligeiramente acima do encontrado naquele ano, quando a inadimplência havia apresentado uma alta de 4,36%.

Na comparação com o mês anterior (junho), a inadimplência [pagamentos com mais de 90 dias de atraso] aumentou 0,42%, o que, segundo o estudo divulgado hoje (12) pela CNDL, configura um “crescimento superior a todas as taxas mensais para os meses de julho desde 2010”. Na avaliação do SPC, o cenário evidencia um “cenário de fraca atividade econômica”.

Cresceu também o número de dívidas em atraso: 5,29%, na comparação julho de 2014 com julho de 2013. É o maior avanço anual registrado desde o início de 2013. “Esse valor é maior porque há algumas pessoas com mais de uma dívida [no mesmo CPF]”, explicou a economista do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Segundo ela, os itens que mais estão puxando essas dívidas são as contas de água, luz, esgoto e gás, que registraram uma alta de 14,55%, na comparação com a inadimplência ocorrida em julho de 2013. “Mas isso só está acontecendo porque, antes, essas empresas não negativavam tanto seus consumidores. Mais recentemente, elas começaram a fazer isso porque têm interesse em resolver de forma mais rápida o problema”.

Enquanto o crescimento de dívidas com atraso de até 90 dias tiveram crescimento de 9,36%, as entre 91 e 180 dias chegaram a 8,62%; as dívidas com atraso entre 181 e 360 dias cresceram 2,04%; as com atraso entre 361 dias e três anos aumentou 2,39%; e as com mais de três anos, 5,63%. “O crescimento de dívidas até 90 dias e até 180 dias ainda é o mais forte, mas elas têm perdido fôlego, enquanto as com maior tempo de atraso têm crescido”, detalhou a economista.

A economista explica que há um movimento de queda da inadimplência entre as pessoas mais jovens, e uma tendência de aumento da inadimplência entre os mais velhos. De acordo com o estudo, a inadimplência diminuiu 5,99% entre pessoas com faixa etária entre 18 e 24 anos, na comparação com julho de 2013. Entre pessoas entre 50 e 64 anos, ela aumentou 5,92%; e 8,17% entre pessoas com idade entre 65 e 84 anos.

“Alguns fatores influenciam esse cenário. Um deles é o fato de os mais velhos ajudarem a filhos e netos [com problemas financeiros]. Outro está relacionado à maior oferta de crédito aos mais velhos, algo que antigamente não existia”, disse Marcela Kawauti.

De acordo com a CNDL, a maior parte dos compromissos em atraso está ligada a bancos. Os cartões de crédito de credenciadoras é citado por 46% das pessoas inadimplentes. Já o cartão de crédito de lojas foi citado por 39% das pessoas; e empréstimos obtidos em bancos ou financeiras, por 15%. Para 12%, a inadimplência se deve a atrasos no pagamento de cheques, notas promissórias ou carnês; e 10% citou o cheque especial.

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