Economia chinesa: crescimento anual em 2013 foi de 7,7%, inalterado ante 2012 e apenas levemente acima das expectativas do mercado por ritmo de expansão de 7,6%, que teria sido o mais lento desde 1999 (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 20 de janeiro de 2014 às 08h38.
Pequim - O crescimento econômico da China por pouco não atingiu em 2013 a mínima em 14 anos, embora alguns economistas digam que a desaceleração será inevitável neste ano, à medida que autoridades e investidores se preparam para reformas difíceis.
A chance de que a segunda maior economia do mundo possa desacelerar nos próximos meses foi reiterada nesta segunda-feira por dados que mostraram enfraquecimento do avanço do investimento e da produção industrial nos últimos meses do ano passado.
A perda de ímpeto limitou o crescimento anual da China em 7,7 por cento, mínima em seis meses, no trimestre de outubro a dezembro, uma desaceleração que, segundo alguns analistas, pode se aprofundar neste ano conforme o país suporta o fardo de curto prazo de reorganizar seu modelo de crescimento para o benefício no longo prazo.
O crescimento anual em 2013 foi de 7,7 por cento, inalterado ante 2012 e apenas levemente acima das expectativas do mercado por ritmo de expansão de 7,6 por cento, que teria sido o mais lento desde 1999.
Após 30 anos de crescimento econômico vigoroso de dois dígitos que tirou muitos milhões de chinesas da pobreza mas que também devastou o meio-ambiente, a China quer mudar o tom ao abraçar o desenvolvimento sustentável e de maior qualidade.
Isso significa reduzir a intervenção governamental para permitir que os mercados financeiros tenham maior participação na alocação de recursos, e promover o consumo doméstico ao custo de investimentos e exportações.
Dados desta segunda-feira da Agência Nacional de Estatísticas mostraram que a economia da China de 56,9 trilhões de iuanes (9,4 trilhões de dólares) ainda está muito dependente do investimento para crescer.
A formação de capital representou 54 por cento do crescimento econômico da China no ano passado, superando a porção de 50 por cento do consumo. As exportações líquidas, por outro lado, reduziram 4,4 por cento do crescimento geral.
"Não vejo nenhuma evidência de reequilíbrio no ano passado", disse o economista Tim Condon, do ING em Cingapura.
Porém, há sinais de que Pequim quer controlar o investimento.
Para 2013 como um todo, o investimento em ativos fixos aumentou 19,6 por cento, o menor avanço em pelo menos 10 anos e logo abaixo das estimativas por crescimento de 19,8 por cento.
O investimento ambicioso pelos governos chineses locais que soma cerca de 3 trilhões de dólares em dívida tem estado na dianteira do impulso de investimento da China nos últimos anos, uma tendência que tem que analisada, disse o chefe da agência de estatísticas chinesa, Ma Jiantang.
"Em 2014, eu acredito que as reformas continuarão a ser as principais forças propulsoras para o crescimento econômico", acrescentou Ma.