Consumidores: mais da metade dos 801 consumidores ouvidos (59%) demonstraram expectativa de melhora de sua condição financeira nos próximos seis meses (Victor Moriyama/Getty Images)
Agência Brasil
Publicado em 15 de fevereiro de 2018 às 14h10.
A expectativa dos brasileiros em relação à melhoria da economia do país avançou 4% os últimos 12 meses, segundo o Indicador de Confiança do Consumidor (ICC) apurado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Entre janeiro de 2017 e o mesmo mês deste ano, o índice passou de 41,9 pontos para 43,6 pontos.
A pontuação, no entanto, não atingiu a margem considerada otimista. Pela metodologia da pesquisa, em uma escala de zero a 100 pontos, quanto maior o número, mais otimista está o entrevistado. No entanto, abaixo de 50 pontos, a percepção é de pessimismo.
Mais da metade dos 801 consumidores ouvidos (59%) demonstraram expectativa de melhora de sua condição financeira nos próximos seis meses. Para 21%, as pessoas estão comprando mais, e 20% acreditam que o desemprego está caindo.
“A passos lentos, o humor do brasileiro com a economia do país e com a própria condição financeira mostra melhora, embora ainda permaneça em patamar baixo”, diz nota técnica das instituições.
O ICC é formado pelo Indicador de Condições Atuais, que avalia a percepção da economia do país e da própria vida financeira, e pelo Indicador de Expectativas, com as projeções dos consultados sobre os cenários para os próximos seis meses.
Em relação ao momento, houve melhora na avaliação entre janeiro do ano passado e deste ano, passando de 29,6 pontos para 32,4 pontos.
Ainda prevalecem avaliações de cenário ruim, classificação feita por 78% dos sondados, quanto ao atual momento econômico. Apenas 3% consideraram a situação ótima ou boa. Entre os entrevistados, 19% apontaram o quadro como regular.
Ao se referirem à própria condição financeira, 40% disseram que o cenário atual é ruim, e 14% avaliaram ser bom, enquanto 45% concluíram como regular.
O presidente da CNDL, José Cesar da Costa, defende que o resgate da confiança do consumidor é o que vai ajudar a recuperar a atividade econômica, mas, para isso, é necessário o aumento de vagas de emprego e ganhos reais de renda, depois de um longo período de queda.
Segundo a apuração, 59% acham que a economia está ruim por causa do desemprego. Para 55%, os preços elevados impedem o consumo e outros 43% julgam que o desaquecimento é provocado pelas elevadas taxas de juros.
No grupo dos pessimistas quanto à sua vida econômica, 54% queixaram-se do alto custo de vida e 51% disseram isso tem afetado a saúde financeira da família. O que mais têm pesado o orçamento doméstico, na opinião dos entrevistados, são os preços dos combustíveis, das conta de luz e as compras em supermercados.
A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, disse que, mesmo com a inflação em queda, os preços ainda estão elevados e, somando-se a isso, a renda baixa e o desemprego,o que torna difícil a percepção sobre os efeitos da inflação sob controle.
Olhando seis meses à frente, 24% demonstraram otimismo na situação econômica do país; 39% projetam pessimismo e 33% não têm avaliação a respeito.
Ainda assim, houve melhora no quadro, porque, entre janeiro de 2017 e janeiro de 2018, o Indicador de Expectativas subiu de 54,2 pontos para 54,8 pontos. Já sobre a própria vida, 59% esperam por uma melhoria; 10% acreditam que será ruim e 26% estão neutros.
Entre os que acham que a economia brasileira sofrerá desaceleração, 63% atribuem isso à crise política afetada pela corrupção. Outros 39% apontam o desemprego e 29% são contra às medidas econômicas em andamento.