Economia

Credores divergem sobre acordo para resgatar a Grécia

Parte da zona do euro aceita uma redução da relação dívida/PIB a algo entre 123% e 125% até 2020, mas FMI considera insustentável um endividamento acima de 120%

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2012 às 17h22.

Bruxelas - Os credores internacionais da Grécia ainda divergem em relação a pontos específicos de um novo resgate financeiro ao país, principalmente em relação a como cobrir totalmente as necessidades futuras de financiamento do país, afirmaram hoje fontes ligadas às negociações em andamento em Bruxelas.

Enquanto parte da zona do euro mostra-se disposta a aceitar uma fórmula por meio da qual a relação dívida/PIB da Grécia seja reduzida a algo entre 123% e 125% até 2020, o Fundo Monetário Internacional (FMI) considera insustentável qualquer endividamento além do equivalente a 120% do PIB grego. A posição atual do FMI inviabilizaria, segundo as fontes, o envolvimento da entidade em um novo resgate financeiro à Grécia.

De acordo com o rascunho de uma análise de sustentabilidade da dívida realizada pelo FMI, o pacote atual reduziria a relação dívida/PIB da Grécia a 129% até 2020, contra uma projeção de 120% apresentada em outubro do ano passado. A relação dívida/PIB em 120% é vista como sustentável pelo FMI. A entidade concluiu que, para atingir esse nível, a Grécia precisará ou de mais dinheiro ou de um perdão maior de sua dívida.

"Os números ainda estão sendo debatidos, mas há pressão sobre o Banco Central Europeu (BCE) e outros BCs da região para que contribuam de forma a fazer com que essa quantidade extra (de financiamento) seja reduzida ou até mesmo zerada", disse uma das fontes. "Mas nem o FMI nem os demais governos da zona do euro mostram-se dispostos a colocar nada além do que já foi prometido".

Recentemente, o ministro das Finanças da Grécia, Evangelos Venizelos, disse que o trio de credores formado por Comissão Europeia, FMI e BCE havia detectado que o pacote de € 130 bilhões acertado em outubro do ano passado ficaria € 15 bilhões aquém do necessário para garantir a solvência do país. Aparentemente, essa diferença teria sido reduzida consideravelmente nas últimas semanas, mas é improvável que ela seja totalmente coberta sem alguma espécie de concessão por parte do BCE e dos 17 BCs nacionais que integram o Eurosystem. As informações são da Dow Jones.

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