Economia

Crédito do BNDES a operadoras de telefonia deve se manter

Após fechar 2014 com desembolsos de R$ 3,2 bilhões para empréstimos já aprovados para as grandes operadoras, o banco projeta repetir o valor


	BNDES: no ano passado, nenhum plano de investimentos foi apresentado ao BNDES e, em 2015, o quadro deverá se repetir
 (Vanderlei Almeida/AFP)

BNDES: no ano passado, nenhum plano de investimentos foi apresentado ao BNDES e, em 2015, o quadro deverá se repetir (Vanderlei Almeida/AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2015 às 10h50.

Rio - O resultado do leilão de concessão para 4G na faixa dos 700 MHz e as negociações envolvendo o controle da Oi e da TIM esfriaram o ritmo de investimentos no setor de telecomunicações.

Após fechar 2014 com desembolsos de R$ 3,2 bilhões para empréstimos já aprovados para as grandes operadoras, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) projeta repetir o valor em 2015. Em agosto do ano passado, a projeção era mais otimista. A intenção era liberar R$ 4,15 bilhões em 2015.

Os desembolsos do BNDES para o setor de telecomunicações costumam ser cíclicos. Em geral, cada uma das grandes operadoras vai ao banco de fomento de três em três anos, para financiar parte de seus planos de investimentos.

Os recursos liberados agora se referem, portanto, a projetos aprovados nos anos anteriores.

A última companhia a ter um empréstimo do tipo aprovado foi a TIM, em dezembro de 2013. No ano passado, nenhum plano de investimentos foi apresentado ao BNDES e, em 2015, o quadro deverá se repetir.

"Não temos a expectativa de que nos entreguem um novo plano", explica a chefe do Departamento de Tecnologia da Informação e Comunicação do banco, Irece Kauss.

Digestão financeira

O resultado do leilão de 4G atrasa os investimentos porque o valor de outorga ficou muito elevado. "Primeiro, as empresas terão de digerir as outorgas. O esforço dos diretores financeiros no primeiro semestre será se financiar para dar conta desse investimento", afirma Irece, lembrando que o banco de fomento não pode financiar o investimento nas outorgas.

Embora atrapalhe o ritmo de investimentos, esse fator é previsível, destaca a executiva do BNDES, pois o esforço financeiro das empresas com a taxa paga ao governo é possível de ser calculado.

Já o outro fator a atrasar investimentos, o troca-troca de sócios na composição de capital das operadoras, tende a ser muito mais incerto. "Os movimentos societários não sabemos quanto tempo podem durar", afirma Irecê.

Mesmo com a moderação nos desembolsos em 2015 em relação ao ano anterior, o nível de recursos liberados permanece elevado, pois os R$ 3,2 bilhões previstos para serem liberados em 2014 estão 67% acima do valor de 2013, na comparação nominal, sem descontar a inflação.

Nos últimos anos, o destaque foi 2012, quando o BNDES desembolsou R$ 4,75 bilhões para telecomunicações.

Contribuição controlada

Ainda assim, o peso do banco nos investimentos anuais do setor é relativamente pequeno, girando, historicamente na casa dos 10%. A previsão é que 2014 termine com R$ 30,52 bilhões em investimentos, segundo dados do mercado.

Irece explica que o tamanho do BNDES em relação aos investimentos está relacionado à grande participação de insumos importados nos valores investidos, pois o banco de fomento obedece a regras de conteúdo local. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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