Em outubro, o cartão de crédito continua liderando o ranking dos principais tipos de dívida (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2012 às 12h09.
Rio de Janeiro - Embora o endividamento das famílias brasileiras tenha aumentado no mês de outubro, elas estão encarando algumas linhas de financiamento como investimento, o que levou o porcentual das que se consideram muito endividadas para o menor patamar já verificado pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O total de famílias endividadas subiu de 58,9% em setembro para 59,2% em outubro. No mesmo período, a fatia que se declarou muito endividada caiu de 12,0% para 11,7%. A série histórica da pesquisa teve início em janeiro de 2010.
"Os consumidores voltaram a se endividar, voltaram a comprar bens duráveis, fazer financiamento de casa e de carro. Mas eles não se consideram muito endividados por isso", afirmou Marianne Hanson, economista da CNC.
Marianne lembrou que o perfil da dívida do brasileiro está mudando. As famílias estão se comprometendo mais com financiamentos de longo prazo, para aquisição de imóveis e automóveis, aquisição considerada por elas como investimento e não apenas dívidas.
Cartão de crédito
Em outubro, o cartão de crédito continua liderando o ranking dos principais tipos de dívida, citado por 74,2% dos entrevistados. Mas os financiamentos de carro e de casa ganharam espaço no último ano. Neste mês, o financiamento de automóvel foi citado por 13,6% dos entrevistados, contra uma fatia de 9,5% registrada no mesmo mês do ano passado. Já o financiamento de imóvel foi mencionado por 5,7% das famílias, ante um montante de 3,3% em outubro de 2011.
"O aumento no endividamento com carros foi provocado pelos incentivos do governo, como redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e taxa de juros. No financiamento imobiliário também há toda uma política de incentivos, como o programa Minha Casa Minha Vida. Há um crescimento grande no mercado imobiliário, acompanhado pela queda nos juros e aumento no poder de compra das famílias", justificou Marianne.