Economia

Crédito cresceu sem comprometer o sistema, diz Febraban

"O crédito se expandiu vigorosamente nos últimos 15 anos, sem comprometer a solidez do sistema", afirmou o presidente da Febraban


	Banco Central: presidente da Febraban aproveitou abertura do seminário para apoiar trabalho do BC
 (Gregg Newton/Bloomberg)

Banco Central: presidente da Febraban aproveitou abertura do seminário para apoiar trabalho do BC (Gregg Newton/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2014 às 15h52.

Brasília - Em seminário realizado pelo Banco Central sobre o Sistema de Informações de Crédito (SCR), o presidente da Febraban, Murilo Portugal, destacou o crescimento do crédito no Brasil sem comprometer a solidez do sistema bancário.

"O crédito se expandiu vigorosamente nos últimos 15 anos, sem comprometer a solidez do sistema", afirmou.

Ele disse que o Brasil conseguiu escrever uma história de sucesso em termos de fundamentos macroeconômicos, ascensão social e melhoria da renda e do emprego.

"Se a gente olhar para o futuro ainda há muita coisa por fazer. Mas os avanços que já alcançamos nos dão confiança para seguir avançando. O aumento do emprego e da renda levou ao aumento da procura do crédito bancário, sem comprometer a solidez do sistema bancário e preservando a qualidade da carteira de crédito", afirmou.

Portugal disse que o SCR é um acervo da maior relevância para o exame de risco e para estabilidade financeira, mas é também uma ferramenta importante para fins mercadológicos para o sistema financeiro.

"Se pode conhecer melhor seus clientes, o grau de endividamento, se pode monitorar o cliente e as carteiras e o impacto na carteira", disse.

"Talvez não exista no mundo um sistema com capilaridade como o daqui", completou.

Portugal aproveitou a abertura do seminário para apoiar o trabalho da instituição.

"No momento em que o Banco Central é tão discutido na imprensa, eu acho que é essa oportunidade para cumprimentar o Banco Central", disse, sem especificar as discussões na imprensa.

O BC tem sido duramente criticado por ter iniciado um processo de queixa-crime na Justiça Federal em São Paulo contra o economista e ex-diretor da instituição Alexandre Schwartsman, após críticas sobre a condução da política monetária pela autarquia.

O economista usou expressões como "incompetente", "subserviente", "frouxo", trabalho "porco" e "gestor temerário".

Esta semana, a Procuradoria do BC desistiu de continuar o processo, após ampla repercussão do caso, com o apoio de vários economistas contra e pró-governo em um abaixo assinado.

Portugal disse que tem orgulho da qualidade dos funcionários da instituição. "O BC é uma liderança inovadora. É um exemplo de colaboração do regulador e do setor privado em prol de geração de informações relevantes para todo o sistema", disse.

Banco Central

O diretor de fiscalização do Banco Central, Anthero de Moraes Meirelles, avaliou que o SCR do BC, que completa 15 anos em 2014, é um dos pilares da supervisão bancária no Brasil.

"Os níveis de crescimento e democratização do crédito no País não teriam sido atingidos de forma segura sem um robusto sistema de informações", afirmou, durante o evento na sede da autoridade monetária.

Ele lembrou que a versão atual do sistema - SCR 2 - foi lançada em janeiro de 2012 abarcando todos os financiamentos com valores superiores a R$ 1.000.

"O sistema hoje abrange 73 milhões de clientes em mais de 450 milhões de operações, contemplando 99% do sistema de crédito brasileiro", destacou.

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