Economia

Credit Suisse projeta o menor juro da história em janeiro de 2012

Taxa Selic chegaria a 8,50% no começo do ano que vem

Credit Suisse prevê elevação dos juros no Brasil a partir do 3º trimestre de 2012 (Wikimedia Commons)

Credit Suisse prevê elevação dos juros no Brasil a partir do 3º trimestre de 2012 (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2011 às 17h43.

São Paulo – Após o corte inesperado dos juros nesta quarta-feira, o mercado financeiro está refazendo as previsões para a taxa Selic. O Bradesco e o Itaú, por exemplo, projetam mais dois cortes de meio ponto, com a Selic encerrando o ano a 11%. Já o Credit Suisse Brasil tem a estimativa mais “ousada” até o momento.

A equipe econômica da instituição, chefiada por Nilson Teixeira, prevê mais dois cortes de 1,5 ponto percentual em outubro e novembro, e um derradeiro de meio ponto em janeiro. Com isso, a Selic chegaria a 8,5%, o menor patamar desde a criação do sistema de metas de inflação. Entre julho de 2009 e abril de 2010, os juros básicos ficaram em 8,75% ao ano, o nível mais baixo até então.

“No nosso entender, o corte de juros de 50pb (0,5 ponto) em agosto, contrário à nossa expectativa e à expectativa da vasta maioria dos participantes de mercado, sugere grande convicção sobre eventuais riscos advindos do cenário internacional para a atividade no País”, diz relatório do Credit Suisse, que traz ainda dois cenários alternativos (leia na próxima página)

O ajustes total de quatro pontos tem algumas premissas: forte desaceleração do PIB no 2º semestre de 2011; recuo da inflação acumulada em 12 meses até o 2º trimestre de 2012; e a resposta de política monetária concentrada em poucas reuniões.

Segue o relatório: “Nosso cenário de corte de juros requer ligeira deterioração dos indicadores dos países desenvolvidos e de emergentes; alguma redução dos preços de commodities; interrupção do aperto monetário na maioria dos emergentes, com redução de juros em alguns países; diminuição da inflação IPCA acumulada em 12 meses a partir de setembro, com expectativas permanecendo abaixo de 6,0% no fim do 1º trimestre de 2012; desaceleração da atividade no País; e comprometimento do governo de concentrar a resposta de política nos juros, com garantia de cumprimento da meta de superávit primário em 2011 e 2012.”


O Credit Suisse salienta, no entanto, que “a retomada do afrouxamento monetário sem contrapartida de expressiva redução da inflação no curto prazo eleva o risco de a inflação permanecer bem elevada em 2012".

O patamar recorde dos juros básicos duraria poucos meses. A instituição financeira prevê elevação a partir do terceiro trimestre do ano que vem, com a Selic alcançando 9,25% no fim de 2012.

O documento traça ainda dois cenários alternativos com "alta probabilidade". "No cenário de deterioração significativa da economia global e de expressiva redução das projeções de crescimento e de inflação no país, entendemos que a resposta apropriada seria
a de reduzir os juros em 600pb (6 pontos, com a Selic chegando a 6,50%), já incluídos os 50pb (0,5 ponto) de agosto, de forma acelerada."

O outro cenário alternativo seria o de "um corte de juros adicional de apenas 100pb (1 ponto), totalizando um afrouxamento monetário de 150pb (1,5 ponto, com a Selic chegando a 11%), como reflexo de um crescimento no país muito acima de nossa expectativa e com alta adicional nos preços de commodities."

Acompanhe tudo sobre:Banco Centralbancos-de-investimentoCopomCredit SuisseEmpresasEmpresas suíçasJurosMercado financeiroPolítica monetária

Mais de Economia

Isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil recairá sobre grandes empresas, diz Rodrigo Maia

A crescente força das gerações prateadas no Brasil

Haddad diz que consignado privado pelo eSocial terá juro "menos da metade" do que se paga hoje

Desafio não vai ser isentar, vai ser compensar com quem não paga, diz Haddad, sobre isenção de IR