Economia

Economia brasileira crescerá 0,6% em 2014, diz Credit Suisse

De acordo com vice-presidente da instituição no Brasil, do lado da oferta, o destaque negativo será para indústria, que terá recuo de 1,4% no período


	Indústria: banco avaliou que retomada da indústria no curto prazo é "improvável"
 (Bloomberg)

Indústria: banco avaliou que retomada da indústria no curto prazo é "improvável" (Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2014 às 17h07.

São Paulo - A economia brasileira deverá crescer apenas 0,6% em 2014, conforme projeção do banco Credit Suisse apresentada nesta segunda-feira, 18, pelo vice-presidente da instituição no Brasil, Leonardo Fonseca, durante palestra no workshop Planejamento Automotivo 2015, em São Paulo.

De acordo com ele, do lado da oferta, o destaque negativo será para indústria, que terá recuo de 1,4% no período.

Já do lado da demanda, serão os investimentos que terão a maior queda, de 4,6%.

Para 2015, a projeção do banco é de crescimento de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Fonseca avaliou que o fraco desempenho da atividade econômica se deve aos permanentes baixos níveis de confiança dos empresários e consumidores e pelo histórico de elevado consumo do governo em anos eleitorais.

Segundo ele, apesar da economia mais fraca, o aumento do consumo das famílias continuará significativo.

Para o PIB do segundo trimestre deste ano, a projeção do banco é de queda de 0,2%.

Caso isso se confirme, ele lembra que o PIB do primeiro trimestre será revisado para baixo, fazendo com que a economia entre em recessão técnica, ou seja, quando há dois trimestres consecutivos de contração.

O vice-presidente do Credit Suisse projeta também que a taxa de desemprego no Brasil deverá recuar para 5% neste ano e que o crescimento da massa salarial continuará elevado em 2014, no caso 2,7%, ante alta de 2,6% no ano anterior.

O banco avaliou ainda que uma retomada da indústria no curto prazo é "improvável", em razão dos altos estoques e da baixa confiança do setor.

"Teremos dois anos com crescimento relativamente baixo", afirmou, avaliando que parte da situação que a economia brasileira vive é consequência de aspectos conjunturais, que poderão ser resolvidos com ajustes a partir de 2015.

Inflação

De acordo com as previsões do Credit Suisse, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deverá ficar acima do teto da meta estabelecida pelo governo, de 6,5%, no segundo semestre de 2014, mas fechará o ano em 6,4%.

Fonseca afirmou que esse resultado em 2014 se dará pela "elevada persistência" do setor de serviços.

Na avaliação dele, a inflação também permanecerá acima do centro da meta nos próximos anos.

Para 2015, a projeção do banco é de que o IPCA fique em 6%. Fonseca projeta que, no próximo ano, as tarifas de ônibus urbano deverão sofrer reajustes maiores, uma vez que não acompanharam o aumento nos preços dos serviços e do óleo diesel nos últimos anos.

Enquanto os dois últimos aumentaram 23,9% e 25,9%, respectivamente, o preço das passagens de ônibus urbanos só foi reajustado em 8,9%.

Ele afirmou ainda que as tarifas de energia também "aumentarão muito" em 2015, em razão da crise pela qual o setor passa.

Acompanhe tudo sobre:bancos-de-investimentoCredit Suisseeconomia-brasileiraEmpresasEmpresas suíçasPIBPIB do Brasil

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto