Coutinho: setor sofre com baixa produtividade e às vezes com monopólios no fornecimento, diz (Antonio Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 23 de maio de 2014 às 17h28.
São Paulo - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, fez na tarde desta sexta-feira, 23, críticas aos economistas denominados liberais pela falta de compreensão da importância da indústria de máquinas e equipamentos instalada no Brasil.
"Essa falta de compreensão vem da visão simplista de que importar tudo resolve", disse Coutinho, que proferiu palestra durante almoço-executivo organizado em São Paulo pela Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha.
Segundo o presidente do BNDES, essa tese dos economistas ditos liberais "é uma meia verdade".
"Não é um erro absoluto, mas a proximidade entre o fabricante e o consumidor para a prestação de serviços é fundamental", disse Coutinho.
Essa relação, de acordo com o comandante do BNDES, tem um valor intangível que necessariamente não pode ser atingido sem a presença da indústria local.
Coutinho, que reiterou o compromisso e a missão do banco de fomento em estruturar a indústria nacional, disse que o setor sofre com a baixa produtividade e em alguns casos com monopólios na cadeia de fornecedores que tornam os preços das matérias-primas muito altos.
"Mas isso não pode nos fazer desanimar", disse o presidente do BNDES, acrescentando a necessidade de o setor buscar competitividade.
"Temos é que mostrar isso de forma eloquente para a sociedade. Financeiramente, temos trabalhado de forma conjunta através do PSI (Programa de Sustentação do Investimento) e desoneração da folha de pagamento, endereçando a questão para os médio e longo prazos", disse.
De acordo com Coutinho, o desenvolvimento do agronegócio não ocorreu apenas pelos avanços das ciências genéticas, mas também pela inovação tecnológica do setor industrial de máquinas e equipamentos.
Tal inovação, segundo ele, se deu pela presença de uma indústria forte e relevante.