Coutinho: "O objetivo não é inviabilizar investimentos, é atender à orientação da política econômica" (Victor J. Blue/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 3 de dezembro de 2014 às 14h10.
Rio - Para se adaptar à realidade de menos aportes do Tesouro diante de uma nova política fiscal, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) elevará suas taxas de juros.
Segundo o presidente do banco, Luciano Coutinho, o quanto e quando as taxas subirão ainda será definido em reuniões com autoridades em Brasília.
"Haverá impacto no custo final dos empréstimos", disse Coutinho, em entrevista coletiva nesta quarta-feira, 3, no Rio de Janeiro.
"O aumento de juros será compatível com a taxa de retorno dos projetos. O objetivo não é inviabilizar investimentos, é atender à orientação da política econômica. Haverá aumento de maneira compatível com a taxa de retorno dos projetos", completou o presidente do BNDES.
Ainda não há data para o anúncio das novas taxas. O aumento dos juros preservará alguns setores.
A prioridade são as áreas de infraestrutura e projetos voltados para a competitividade da indústria.
Ajustes
Os ajustes no BNDES serão feitos com ajustes na política operacional, que já passou por mudanças no início deste ano, afirmou Coutinho.
"A política operacional terá uma rodada de ajustes bastante incisivos", afirmou Coutinho. Segundo ele, a atual política operacional já faz com que o banco use "porcentuais mais baixos de TJLP no funding" e uso de "porcentuais mais altos de funding de mercado".
Segundo Coutinho, o banco segue a determinação de diminuir a necessidade de aportes.
"O banco está preparado para esse processo. Assim como o BNDES respondeu contraciclicamente, está preparado para retração", afirmou Coutinho.