O presidente do BNDES, Luciano Coutinho: "a Cúpula dos Brics é importante, no momento em que há certa desaceleração das economias dos Brics" (Marcos Issa/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 8 de julho de 2015 às 14h22.
São Paulo - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou que é preciso avançar com a implementação do Novo Banco de Desenvolvimento, o chamado Banco dos Brics, em meio à desaceleração nas economias desses países.
As declarações foram dadas em entrevista à emissora NBR, durante a participação de Coutinho na Cúpula dos Brics, em Ufá (Rússia).
"A Cúpula dos Brics é importante, no momento em que há certa desaceleração das economias dos Brics e quando a necessidade de políticas de apoio ao crescimento outra vez se torna relevante", comentou Coutinho.
Segundo ele, há certa necessidade de acelerar a implementação do Banco dos Brics para que a instituição seja uma força adicional de suporte ao crescimento.
O presidente do BNDES afirmou que a expectativa é que o novo banco de desenvolvimento do grupo esteja totalmente operacional em 2016.
Segundo Coutinho, nesse primeiro momento os países do Brics estão trocando experiências, inclusive sobre as melhores práticas de governança, avaliação de risco de crédito e treinamento de pessoal técnico.
Além disso, os membros discutem a indicação de profissionais de alta qualidade para compor os quadros da nova instituição.
Este evento na Rússia já é o sexto encontro para a criação do Banco dos Brics e os membros estão preparando um memorando de entendimento para a cooperação entre a nova instituição e os bancos de fomentos nacionais de cada país. "Esperamos que em um estágio subsequente possamos discutir as substâncias das políticas e a preparação de projetos", comentou Coutinho.
O presidente do BNDES revelou que os membros também discutiram sobre a constituição de um grupo de trabalho permanente para trocas de experiências sobre o apoio à inovação e a setores de alta tecnologia.
A ideia é aproveitar as experiências bem-sucedidas de cada um, promover acordos entre empresas ou entre instituições de pesquisa e desenvolvimento, e aumentar a sinergia entre as economias.
O representante brasileiro deixou claro que a ideia é que o Banco dos Brics seja complementar a outras instituições multilaterais já existentes, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), e não que a nova instituição venha a substituí-las. A diferença é que a cooperação bilateral será maior e a governança será mais próxima dos Brics, mas também haverá financiamento de projetos em outros países em desenvolvimento.