Economia

Cortes do orçamento vieram no valor adequado, diz Levy

Ministro afirmou que a arrecadação brasileira está baixa nesse ano e, por este motivo, o governo cortou com muita cautela e equilíbrio


	O ministro da Fazenda, Joaquim Levy: "o corte não coloca em risco o crescimento econômico"
 (Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados/Fotos Públicas)

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy: "o corte não coloca em risco o crescimento econômico" (Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados/Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 25 de maio de 2015 às 11h59.

São Paulo - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou na manhã desta segunda-feira, 25, que o contingenciamento de R$ 69,9 bilhões, anunciado na última sexta-feira, 22, veio no valor adequado.

Levy afirmou que a arrecadação brasileira está baixa nesse ano e, por este motivo, o governo cortou com muita cautela e equilíbrio.

"O corte não coloca em risco o crescimento econômico", disse Levy.

Segundo o ministro, a arrecadação não tem atendido às necessidades do governo mesmo com as receitas extraordinárias como o Refis.

Ele lembrou ainda que o governo federal não tem controle sobre os gastos obrigatórios, que têm seu próprio ritmo.

Sobre um possível aumento de imposto, o ministro da Fazenda afirmou que essa não é a única solução para o País. "Temos que ir com calma no imposto", afirmou Levy.

O ministro disse que não se pode aumentar imposto como se esse tipo de medida fosse salvar a economia brasileira.

"Temos coisas mais profundas que não se resolvem com medidas fáceis." Questionado sobre um aumento do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro (IOF), Levy respondeu não ter "calculado nada sobre o IOF".

Com relação ao resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, Levy argumentou que o PIB do país não está devagar por causa do ajuste, e, sim, o ajuste acontece em decorrência de um PIB devagar.

O ministro também criticou o modelo de financiamento baseado em recursos públicos, que, segundo ele, já se esgotaram. "Esses recursos (públicos) acabaram", afirmou.

O dirigente da Fazenda ressaltou a importância de um ajuste estrutural na economia brasileira para que ela mantenha a competitividade e produção. Mesmo com a ajuda dos cofres públicos à indústria, ela não apresentou bons resultados.

"Temos que fazer a economia ter vitalidade não só colocando dinheiro público", afirmou. O integrante da equipe econômica relembrou que o PIB do 4º trimestre pode ser revisto, mas, se o ajuste fiscal for concluído, a economia voltará a crescer.

Levy reconheceu o temor de investidores com a economia do Brasil no início do ano. "Muitos agentes se retraíram, tinham preocupação com 'downgrade', Petrobras e a questão energética", afirmou.

Segundo Levy, boa parte desses receios desapareceu, mas isso não significa que os problemas desapareceram totalmente. Segundo ele, apenas uma parte do plano da equipe econômica foi completado até agora e, portanto, passou a surtir efeito.

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