Economia

Coronavírus pressiona vendas no varejo dos EUA novamente em abril

Vendas no varejo caíram 16,4% em abril, o maior declínio desde que o governo iniciou a série em 1992.

EUA: varejo registra queda pelo segundo mês consecutivo (Mike Segar/Reuters)

EUA: varejo registra queda pelo segundo mês consecutivo (Mike Segar/Reuters)

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Reuters

Publicado em 15 de maio de 2020 às 11h20.

Última atualização em 15 de maio de 2020 às 11h45.

As vendas no varejo dos Estados Unidos sofreram um segundo mês consecutivo de queda recorde em abril à medida que a pandemia de novo coronavírus manteve os norte-americanos em casa, colocando a economia no caminho para sua maior contração desde a Grande Depressão no segundo trimestre.

O Departamento do Comércio informou nesta sexta-feira que as vendas no varejo caíram 16,4% no mês passado, o maior declínio desde que o governo iniciou a série em 1992. Os dados de março foram revisados ​​para mostrar recuo de 8,3% em vez da queda de 8,7% informada anteriormente.

Economistas consultados pela Reuters esperavam queda de 12,0% das vendas varejistas em abril.

Excluindo automóveis, gasolina, materiais de construção e serviços de alimentação, as vendas no varejo tombaram 15,3% no mês passado, após um salto surpresa de 3,1% em março. O chamado núcleo das vendas no varejo corresponde mais estreitamente ao componente de gastos do consumidor do relatório do Produto Interno Bruto.

O colapso das vendas no varejo influenciou na perda histórica de 20,5 milhões de empregos no mês passado, realçando a profunda crise econômica que, segundo analistas, pode levar anos para se recuperar. O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, alertou na quarta-feira sobre um "período prolongado" de crescimento fraco e renda estagnada.

"Sabemos que abril foi um desastre. A questão é: à medida que as quarentenas forem flexibilizadas em maio e junho, quais segmentos de vendas no varejo serão retomados e quais não retornarão", disse Sung Won Sohn, professor de economia da Universidade Loyola Marymount. "Todas as indicações são de que a recuperação será mais lenta e gradual, se tivermos uma."

Empresas em todo o país estão reabrindo à medida que Estados e governos locais diminuem as restrições de deslocamento, que foram impostas em meados de março para retardar a disseminação do Covid-19, a doença respiratória causada pelo vírus.

Mas os estabelecimentos estão operando bem abaixo da capacidade e há temores de que uma segunda onda de infecções por Covid-19 possa manter os consumidores afastados dos shoppings.

Os gastos do consumidor, que representam mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, caíram a uma taxa anualizada de 7,6% no primeiro trimestre, recuo mais acentuado desde o segundo trimestre de 1980. A economia recuou a uma taxa de 4,8% no período de janeiro a março. A produção deve contrair até 40% no segundo trimestre, ritmo mais intenso desde a década de 1930.

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