China: baixa demanda chinesa deve impactar economia global (Billy H.C. Kwok/Bloomberg)
Agência O Globo
Publicado em 10 de fevereiro de 2020 às 09h47.
Última atualização em 10 de fevereiro de 2020 às 09h49.
Londres — A propagação do coronavírus custará à economia mundial mais de US$ 280 bilhões nos primeiros três meses do ano, pondo fim a uma série de 43 trimestres de expansão global, de acordo com a Capital Economics. Ou seja, pela primeira após 10 anos de crescimento, a economia global vai parar.
Com base nessas previsões, “o PIB global não crescerá em termos trimestrais pela primeira vez desde 2009”, segundo relatório de autoria de Simon Macadam, economista global da empresa com sede em Londres.
O economista espera que o vírus seja contido e que, durante o resto do ano, “a produção perdida seja compensada nos trimestres subsequentes para que o PIB mundial atinja o nível que teria alcançado em meados de 2021, caso não houvesse acontecido a epidemia”.
O número de mortes causadas pela doenças atingiu 910 nesta segunda-feira, quando o presidente da Organização Mundial da Saúde (OMS) manifestou preocupação com a propagação do vírus entre pessoas sem histórico de viagens para a China.
A Capital Economics espera que as consequências na Ásia sejam maiores do que as ocorridas durante a epidemia da SARS em 2003.
Uma grande queda do número de visitas de turistas chineses e interrupções nas cadeias de suprimentos globais de manufatura afetarão as economias asiáticas emergentes em particular. Na Índia, na Indonésia e nas Filipinas o impacto deve ser limitado, uma vez que esses países são menos integrados à China.
Já entre as nações ricas, uma das mais atingidas será a Austrália, devido à sua dependência de exportações para a China e dos gastos de turistas chineses no país.