Economia

Coronavírus: Covas estima perda de R$ 1,5 bi e não descarta novas medidas

Em entrevista, o prefeito Bruno Covas afirmou que não apresenta mais quadro imunodepressivo e está fora do grupo de vulnerabilidade do coronavírus

São Paulo: Covas afirmou que apesar da perda de receita, prefeitura pretende investir mais em saúde (Ricardo Moraes/Reuters)

São Paulo: Covas afirmou que apesar da perda de receita, prefeitura pretende investir mais em saúde (Ricardo Moraes/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de março de 2020 às 11h28.

Última atualização em 19 de março de 2020 às 12h35.

Em entrevista à Rádio Eldorado nesta quinta-feira, 19, o prefeito Bruno Covas (PSDB) não descartou novas medidas no combate ao novo coronavírus e estimou que São Paulo tenha prejuízo de R$ 1,5 bilhão por causa da doença. A Prefeitura determinou em decreto o fechamento do comércio de toda a cidade. Lojistas estão proibidos de atender presencialmente o público por 15 dias, a partir desta sexta-feira, 20.

"As medidas do governo federal ajudam, mas se os Estados puderem complementar essas ações, podemos minimizar o impacto (do coronavírus). São Paulo deve perder receita de R$ 1,5 bilhão em 2020. Ainda assim, estamos dispostos a ampliar o atendimento na área da Saúde", afirmou Covas.

O decreto do prefeito, assinado nesta quinta-feira, 18, autoriza apenas a manutenção dos serviços administrativos e a realização de vendas por meio de aplicativos, internet ou instrumentos similares. Na relação completa de exceções para a medida estão farmácias, hipermercados, supermercados, mercados e feiras livres, lojas de conveniência e de venda de alimentação para animais, padarias, restaurantes, lanchonetes e postos de combustível, desde que intensifiquem ações de limpeza, disponibilizem álcool em gel aos clientes, divulguem informações de prevenção ao coronavírus e mantenham espaçamento mínimo de 1 metro entre mesas (para restaurantes e lanchonetes).

De acordo com o prefeito, todos os casos suspeitos de infecção pelo covid-19 que chegam ao Sistema Único de Saúde (SUS) estão sendo testados e a Prefeitura planeja implementar mais 490 leitos na UTI da rede pública, que já conta com 505 vagas disponíveis. A ação será feita a partir da verba disponibilizada pelo Ministério da Saúde, dividida entre 300 leitos novos e a adaptação de outros já existentes.

Covas afirmou que após os quatro óbitos registrados em São Paulo pelo Hospital Sancta Maggiori, um agente da Prefeitura compareceu nesta quinta ao local para investigar por que a instituição não avisou de imediato às autoridades públicas sobre os casos. Ele, entretanto, disse que não tem informações sobre onde se encontram os corpos dessas vítimas e aguarda instruções do governo federal. "A Prefeitura está em conversa com o Ministério da Saúde, que ficou de elaborar uma normativa para o País. Caso (essa orientação) não venha, a vigilância sanitária está pronta para São Paulo fazer a sua própria normativa."

Outra ação anunciada por Covas foi a construção de locais de acolhimento à população de rua da capital, onde hoje funcionam centros esportivos. A Prefeitura também estuda a redução na frota do transporte público, mas não há uma medida restritiva até o momento.

Já em relação ao seu tratamento contra o câncer, o prefeito informou que não apresenta mais um quadro imunodepressivo e está fora do grupo de alta vulnerabilidade ao covid-19. Covas se mudou para a sede da Prefeitura. "Os médicos estavam preocupados mas mandei fotos mostrando que aqui na Prefeitura tem chuveiro e lugar para fazer comida", disse.

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