Economia

Corinthians se nega a assumir Piritubão após Copa-2014

André Sanchez, presidente do clube, deixou claro que o Corinthians já conta com projeto pronto para a construção de arena para 45 mil pessoas em Itaquera

Corinthians não quer o Piritubão e a situação de São Paulo como sede da Copa do Mundo de 2014 fica mais complicada

Corinthians não quer o Piritubão e a situação de São Paulo como sede da Copa do Mundo de 2014 fica mais complicada

DR

Da Redação

Publicado em 7 de março de 2011 às 13h24.

São Paulo - A situação de São Paulo como sede da Copa do Mundo de 2014 fica mais complicada a cada dia. Além da contaminação no solo do terreno em Pirituba, onde se pretende construir uma arena, como foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo na edição da última quarta-feira, o Corinthians se recusa a adotar o estádio após a realização do Mundial. Sem a participação do clube, ganha força o discurso de que a obra se transformaria em um "elefante branco".

Até o início da Copa da África do Sul, o plano estava alinhavado. Por meio de articulações políticas, um grupo de investidores seria reunido para bancar a construção do estádio. Em seguida, a viabilidade econômica do empreendimento seria garantida com a presença do Corinthians, que mandaria seus jogos ali, o que traria grande público, receita e, consequentemente, o esperado lucro. O círculo virtuoso parecia fechado.

O processo começou a desandar na terra de Nelson Mandela. Em sua passagem pela África do Sul como chefe da delegação brasileira, o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, participou de várias reuniões que contaram com a presença, entre outros, do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, do presidente da Fifa, Joseph Blatter, e do secretário-geral da Fifa e principal crítico da preparação realizado pelo Brasil até aqui, Jerome Valcke.

Sanchez deixou claro que o clube já conta com projeto pronto para a construção de arena para 45 mil pessoas em Itaquera. Para aceitar mudar o plano e assumir o controle de outro estádio, o dirigente corintiano exigiu que a Fifa bancasse a manutenção do local por um certo período ou convencesse investidores a fazê-lo. "Esse novo estádio precisa ter capacidade para 75 mil pessoas, pois deverá receber a abertura da Copa. Você sabe quanto custa manter um estádio desse tamanho?", questionou o presidente alvinegro.

A segunda opção seria a entidade aproveitar o estádio corintiano em Itaquera, cuja obra deve começar ainda neste ano e tem término previsto para 2013. Parte da diretoria corintiana entende que essa seria a melhor saída, pois a área já está regularizada, possui espaço para a construção de estacionamentos e infraestrutura de transporte, com estação de metrô e grande avenidas já construídas. Ainda assim, a Fifa precisaria injetar recursos. "A Fifa colocou US$ 1,6 bilhão (R$ 3 bilhões) na África. No caso de Itaquera, alguém também precisaria bancar o custo extra para ampliá-lo para 75 mil lugares. O Corinthians não pode fazer isso, pois nossa média de público está em torno de 25 mil. Se alguém bancar esses custos, a gente pensa no caso" reforçou Sanchez.

Leia mais: Terreno onde poderá ser construído Piritubão está contaminado

Leia mais notícias sobre Copa do Mundo

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasCopa do MundoCorinthiansEsportesEstádiosFutebolInfraestruturaMetrópoles globaissao-paulo

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto