Economia

Copom reconhece que consumo de famílias pode desacelerar

O BC também aponta um reajuste maior para os preços administrados


	Sede do Banco Central: o colegiado elevou a Selic de 12,25% para 12,75% ao ano
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Sede do Banco Central: o colegiado elevou a Selic de 12,25% para 12,75% ao ano (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de março de 2015 às 10h13.

Brasília - O Banco Central (BC) avalia que o consumo das famílias tende a se estabilizar. A nova previsão consta na ata do Copom divulgada nesta quinta-feira, 12, pela instituição.

Na ata anterior, relativa à reunião dos dias 20 e 21 de janeiro, o BC avaliava que o consumo das famílias tendia a registrar ritmo moderado de expansão.

O BC também aponta um reajuste maior para os preços administrados - aqueles cujo reajuste de preços é determinado pelo governo.

Na ata divulgada hoje, a tarifa de energia elétrica terá reajuste de 38,3% em 2015, significativamente acima da estimativa anterior, de 27,6%.

Para a telefonia fixa, a previsão do BC é de uma queda de 4,1% em 2015 ante expectativa anterior do começo do ano de elevação de 0,6%.

O Banco Central repetiu na ata divulgada nesta quinta-feira, 12, a mesma fórmula de detalhar suas projeções para os preços administrados e monitorados pelo governo, como trouxe no documento de janeiro.

Na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada, o colegiado elevou a Selic de 12,25% para 12,75% ao ano considerando que a alta dos preços administrados em 2015 seria de 10,7%, e não mais de 9,3% como no documento anterior.

No caso de 2016, a previsão de alta de 5,1% desse conjunto de preços foi substituída por uma elevação de 5,2%.

Para formar seu cenário para os preços administrados, o BC informou também que levou em conta hipótese de elevação de 8% no preço da gasolina, mesmo valor do documento anterior, e de alta de 3,2% no preço do botijão de gás (3% era a estimativa anterior).

Até a ata da reunião do Copom de dezembro, a instituição limitava-se a relatar a variação desses itens dentro de um limite de tempo.

Cide

Assim como no documento de janeiro, o BC voltou a explicar no documento que a alta da gasolina é reflexo de incidência da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e da PIS/COFINS.

Disse ainda que no caso da energia, a projeção se explica devido ao repasse às tarifas do custo de operações de financiamento, contratadas em 2014, da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

A perspectiva de realinhamento dos preços administrados em comparação com os livres tem sido uma tônica constante nos documentos do BC e discursos de seus porta-vozes desde o fim do ano passado.

Esse fato, aliado a um realinhamento também dos preços domésticos em relação aos internacionais, são apontados como os principais fatores de pressão sobre a inflação.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralConsumoCopomJurosMercado financeiro

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto