Banco Central: reunião desta semana deve reduzir taxa de juros do país para um dígito depois de quatro anos (Ueslei Marcelino/Reuters)
EXAME Hoje
Publicado em 25 de julho de 2017 às 06h38.
Última atualização em 25 de julho de 2017 às 07h48.
A taxa de juros do país deve voltar para o patamar de apenas um dígito depois de quase quatro anos. O Comitê de Política Monetária Nacional (Copom) inicia nesta terça-feira a reunião de dois dias em que, esperam economistas, levará a taxa Selic a ser alterada de 10,25% para 9,25% ao ano.
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A última reunião do Copom, realizada no fim de maio, também reduziu os juros do país em um ponto percentual. Na época, o Banco Central (BC) afirmou que o aumento das incertezas em relação ao clima político e ao andamento das reformas econômicas poderia levar à redução do ritmo do corte de juros. Passados mais de dois meses após a crise política iniciada pela delação dos irmãos Batista, no entanto, a visão de economistas é que a inflação baixa e a atividade econômica fraca devem ser suficientes para levar o BC a realizar um novo corte de um ponto.
Em junho, o IPCA, medidor oficial da inflação no país, caiu 0,23% — primeiro resultado negativo desde 2006. Nos últimos 12 meses até junho, houve avanço de 3% no IPCA — abaixo da meta de 4,5% do BC para o ano. O IBC-Br, considerado a prévia do PIB, mostrou que a economia brasileira teve retração de 0,51% em maio (economistas esperavam uma alta de 0,3%).
“Desta vez, a decisão do Copom não deve dar tanta atenção ao risco político, mas vai sinalizar que o ciclo de cortes se aproxima do final”, diz Rafael Gonçalves Cardoso, economista da Daycoval Investimentos. O economista estima que o banco deve realizar um corte de 0,75% nos juros em setembro e de 0,50% em outubro, mantendo a taxa estável em 8% na reunião do Copom de dezembro.
A provável redução dos juros nesta semana vem em um momento particularmente necessário para o governo. As reações após o aumento de impostos anunciado na semana passada indicam que, ao contrário do que disse Temer, o povo não entendeu o reajuste. O problema para o governo, neste caso, é que o aumento de impostos tende a pesar no bolso antes da redução de juros, que historicamente apresenta defasagem.