Economia

Copom eleva Selic em 1 p.p., para 13,25% ao ano, e sinaliza nova alta de juro na mesma magnitude

Taxa deve atingir 14,25% em março e mercado debate se novos aumentos serão necessários para conter o avanço da inflação

A reunião do Copom de janeiro foi a primeira presidida por Gabriel Galípolo e com maioria dos diretores indicados pela gestão petista (Raphael Ribeiro/ Banco Central/Divulgação)

A reunião do Copom de janeiro foi a primeira presidida por Gabriel Galípolo e com maioria dos diretores indicados pela gestão petista (Raphael Ribeiro/ Banco Central/Divulgação)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 29 de janeiro de 2025 às 18h43.

Última atualização em 29 de janeiro de 2025 às 18h57.

Tudo sobreCopom
Saiba mais

Em meio às incertezas fiscais no país, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, nesta quarta-feira 29, aumentar a Selic em 1 ponto percentual, para 13,25% ao ano, na primeira reunião presidida por Gabriel Galípolo e com maioria dos diretores indicados pelo governo petista.

A decisão era amplamente esperada pelo mercado após os diretores do Banco Central (BC) sinalizarem, na reunião de dezembro, que elevariam a taxa para 14,25% até março. 

A dúvida que resta entre analistas, economistas e investidores é o tamanho do ciclo de cortes. Uma ala do mercado já precifica juros acima de 15% e outro abaixo desse percentual. 

"Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de mesma magnitude na próxima reunião. Para além da próxima reunião, o Comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos", informou o BC, no comunicado após o Copom. 

Pressões inflacionárias e risco fiscal

O BC também sinalizou que os riscos atuais para a inflação são "altistas". Significa dizer que o Copom entende que a inflação subir ainda mais. São eles:

  • uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado;
  • maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função da economia aquecida; e
  • conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário maior que o esperado, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada.

Segundo os diretores do BC, a percepção dos agentes econômicos sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida segue impactado, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes.

O cenário mais recente, afirmaram os diretores do BC,  é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, o que exige uma política monetária mais contracionista.

Acompanhe tudo sobre:CopomBanco CentralInflaçãoJurosSelic

Mais de Economia

Inflação de alimentos: três capitais tiveram aumento acima dos 10% em 2024, diz IBGE

Ano Novo Chinês impulsiona programa de troca de bens de consumo

‘Taxa das blusinhas’: compras internacionais diminuem em 2024, mas arrecadação de imposto cresce 40%