Economia

Copom mantém juros em 14,25%

Em decisão esperada pelo mercado, Banco Central não mexe na Selic após 7 altas seguidas


	O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini: por enquanto, juros inalterados
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini: por enquanto, juros inalterados (Ueslei Marcelino/Reuters)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 2 de setembro de 2015 às 20h36.

São Paulo - O Comitê de Política Monetária do Banco Central anunciou hoje que vai deixar a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 14,25%.

É a primeira manutenção após sete aumentos seguidos, seis de meio ponto, o que sinaliza a continuidade do aperto monetário. O Brasil segue como líder mundial absoluto em juros reais.

A Selic permanece em seu maior patamar desde agosto de 2006 – mas na época, a trajetória era de queda (veja o histórico).

O comunicado diz que "avaliando o cenário macroeconômico, as perspectivas para a inflação e o atual balanço de riscos, o Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 14,25% a.a., sem viés".

O comitê "entende que a manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação para a meta no final de 2016".

A decisão veio dentro do esperado pela maior parte dos economistas e instituições financeiras, de acordo com o último Boletim Focus e outros relatórios.

Por enquanto, o mercado espera que a taxa não seja mais modificada em 2015 e caia para 12% no ano que vem. Mas tudo pode mudar, considerando que o dólar fechou hoje em R$ 3,75, maior valor desde dezembro de 2002. 

A ata será divulgada na próxima quinta-feira, 06 de agosto, e o próximo encontro está marcado para os dias 20 e 21 de outubro.

Cenário 

Como a inflação de 2015 já estourou de longe o teto da meta definida pelo governo, o esforço do Banco Central neste momento é garantir uma convergência para o centro da meta no ano que vem. 

A inflação do mês de agosto será divulgada na próxima quarta-feira, dia 09. A previsão do Focus é de IPCA em 9,28% este ano e 5,51% no ano que vem.

Quando o Copom aumenta os juros, encarece o crédito e estimula a poupança, o que faz com que a demanda seja contida e faça menos pressão sobre a atividade e os preços. Cortar os juros causa o efeito contrário. 

Curva da Selic, a taxa básica de juros (EXAME.com)

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