Torcedora se protege da chuvas com uma bandeira dos EUA durante partida em Recife (Laszlo Balogh/Reuters)
João Pedro Caleiro
Publicado em 6 de agosto de 2014 às 15h26.
São Paulo - Apesar de não ter trazido o impulso esperado (e necessário) para o crescimento, a Copa do Mundo teve consequências econômicas bem concretas para o Brasil: mexeu com a inflação, prejudicou o varejo e ajudou o turismo.
No entanto, a grande vencedora, tanto aqui quanto na campeã Alemanha, acabou sendo a indústria da cerveja.
Hoje, o governo dos Estados Unidos apontou outro afetado: o déficit do país na troca de serviços.
"Um aumento no valor para uso de propriedade intelectual (US$ 0,1 bilhão), que incluiu pagamento dos direitos de transmissão de parte da Copa do Mundo de 2014, foi em sua maior parte compensado por um decréscimo em transporte (US$ 0,1 bilhão)".
A Copa foi transmitida nos EUA pela ABC, Univision e ESPN - que tiveram números de audiência 30% a 50% maiores do que na edição de 2010, resultado da popularidade crescente do esporte no país.
Cenário
O pequeno efeito da Copa sobre o déficit já havia sido antecipado por um relatório do UBS.
No começo do mês, o banco suíço escreveu que previa para junho uma "importação de serviços mais altas como resultado do pagamento de direitos relacionados à Copa."
Na visão do UBS, isso ajudaria a levar o déficit de US$ 44,4 bilhões em maio para US$ 45 bilhões em junho. Na verdade, os números divulgados mostram que o déficit diminuiu 7% mês a mês para US$ 41,5 bilhões, graças a uma queda nas importações de petróleo.
No acumulado do ano, o déficit americano subiu em relação à China e caiu em relação ao Brasil.
O Brasil teve superávit comercial em junho de US$ 2,3 bilhões, mas o balanço do semestre aponta um déficit de US$ 2,49 bilhões, levemente menor do que o de 2013.