Economia

Copa 2010: setor turístico da África do Sul se decepciona

Os elevados preços do transporte aéreo e a previsão de baixa no número de visitantes alimentam o sentimento de decepção

Desde o último mês de dezembro, várias reservas de alojamento foram canceladas (.)

Desde o último mês de dezembro, várias reservas de alojamento foram canceladas (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de maio de 2010 às 21h45.

Durban - Profissionais do turismo da África do Sul demonstraram, durante o Salão INDABA de Turismo de Durban, que estão decepcionados com os escassos benefícios econômicos recebidos até agora pela Copa do Mundo de 2010 (11 de junho a 11 de julho).

"A princípio, pensávamos que 450 mil pessoas viriam, depois reduzimos as expectativas para 375 mil e até para 250 mil", declarou em uma coletiva de imprensa Thandiwe January-McLean, uma das responsáveis pelo Salão de Turismo, o evento mais importante sobre o tema na África do Sul.

Os elevados preços do transporte aéreo e a previsão de baixa no número de visitantes alimentam o sentimento de decepção. Entretanto, segundo January-McLean, o mais importante do Mundial é a publicidade gerada para o país através da cobertura midiática global, com milhões de telespectadores acompanhando a competição.

O que gerou o desapontamento foram as altas expectativas para o evento, os preços dos bilhetes de avião, que estão muito caros, e também o sistema de reserva de alojamentos lançado pela Federação Internacional de Futebol (FIFA).

"Teremos poucas atividades vinculadas ao mundial", confirmou Sue Berry, da Exclusive Gateways, uma operadora de turismo localizada em Johannesburgo, a capital econômica do país sede da maior competição de futebol do mundo. "Todas as previsões a respeito dos benefícios da Copa eram muito elevadas", explicou, concordando com January-McLean que o mais importante é a publicidade que o torneio fará do país em um mês.

Desde o último mês de dezembro, várias reservas de alojamento foram canceladas. "Não acho que todas elas serão canceladas", disse, por sua vez, Ian Anderson, diretor de marketing da Sun International, que tem 37 hotéis na África do Sul.

"Neste país, o impacto do Mundial será mínimo", continuou Anderson, que se mostrou satisfeito pelos benefícios em longo prazo que serão gerados na cidade. "Com o tempo, ganharemos", afirmou. Os profissionais do turismo pensam que as primeiras desistências vão permitir que os preços caiam, o que contribuiria para que os turistas mudassem de ideia e decidissem viajar para o país.

No entanto, ao menos no que concerne à FIFA, as reservas feitas através do seu sistema e que foram canceladas não poderão ser refeitas, porque as anulações ocorreram "muito em cima da hora", informou Berry. No caso de Benny Motsoer, operador de turismo em Soweto, distrito de Johannesburgo, mostra até que ponto os preços dos serviços de turismo aumentaram.

"Trabalhamos para o mercado local. Como uma empresa pequena, com ingressos limitados, não queríamos ser afetados pelos altos preços", apontou Motsoer, que reconheceu, no entanto, que alguns hotéis conveniados duplicaram os preços das tarifas. Ainda assim, Thandiwe January-McLean assegurou que os preços "são razoáveis em 80% dos casos".

"Teremos menos reservas do que em anos anteriores, quando não havia a Copa", alegou Gerald Debroglio que aluga casas isoladas nos parques naturais de Kruger e Santa Lucia. "Do ponto de vista dos negócios, não estamos contentes, mas, ainda assim, será um grande evento", acrescentou.

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