Mulher caminha em supermercado: os grupos que mais contribuem para a atual trajetória de arrefecimento do IPC-S são Alimentação e Habitação (Andre Vieira/Bloomberg News)
Da Redação
Publicado em 24 de agosto de 2015 às 16h31.
São Paulo - O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), Paulo Picchetti, avaliou que se sua estimativa atual para a quarta quadrissemana de agosto, de alta de 0,20%, for confirmada, este será o primeiro mês no ano em que a inflação será "relativamente baixa".
"Para sair dos 0,27% desta semana e chegar perto de 0,20% na semana que vem, o IPC-S está contando com a continuidade de queda de preços em alimentação e a dissipação da alta de energia elétrica", explicou.
Entre a primeira e a segunda quadrissemanas de agosto, o indicador desacelerou de 0,53% para 0,36% e levou o especialista a cortar sua estimativa para o índice fechado do mês, de 0,40% para 0,20%.
O resultado desta semana, de 0,27%, explicou, está em linha com a revisão feita na semana anterior.
Os grupos que mais contribuem para a atual trajetória de arrefecimento do IPC-S são Alimentação e Habitação. "Em Habitação, a tarifa de energia é o principal fator de alívio. Na verdade, nas pesquisas de ponta, já tem variação negativa", revelou. Segundo o coordenador do IPC-S, o pico da pressão de alta de energia já ficou para trás e, na leitura da quarta quadrissemana de agosto, energia elétrica deve registrar leve deflação.
A tendência de desaceleração também persiste entre os preços de alimentos, ressaltou Picchetti. "Mais especificamente, dentro de Alimentação, hortaliças e legumes estão recuando e puxando o movimento", comentou. Ele destacou as variações de preços da batata-inglesa (de -14,39% para -17,67%), do tomate (de -9,89% para -14,19%) e da cebola (de 1,42% para -5,05%) entre a segunda e a terceira leituras do mês.
Entre outros destaques do resultado do IPC-S no período, o coordenador do índice citou as passagens aéreas, que tendem a perder força, após ficarem 7,78% mais caras no período. "É uma variação alta, mas não estão mais acelerando", comentou.