Bolsonaro: "estou pensando em prorrogar por mais alguns meses, mas não com R$ 600 e nem com R$ 200. Um meio-termo aí até a economia pegar" (Andre Borges/Getty Images)
Janaína Ribeiro
Publicado em 24 de agosto de 2020 às 20h38.
Última atualização em 24 de agosto de 2020 às 20h44.
Durante reunião nesta segunda-feira, 24, no Palácio do Planalto, foi discutido entre o presidente Jair Bolsonaro e a equipe econômica a extensão do auxílio-emergencial até o final de 2020 com um valor de pelo menos R$ 300. Segundo a Folha de S. Paulo, foi apresentado ao presidente uma proposta de R$ 270, porém, ele teria pedido para a equipe econômica chegar a um valor superior a R$ 300.
"Estou pensando em prorrogar por mais alguns meses, mas não com R$ 600 e nem com R$ 200. Um meio-termo aí até a economia pegar", disse o presidente.
Ao que tudo indica, a falta de consenso sobre o valor do auxílio está entre os motivos que levaram ao adiamento do anúncio de um mega pacote econômico e social previsto para esta terça-feira, que deve incluir desde um novo programa de renda básica, até marcos legais e gatilhos para destravar o Orçamento.
Com um investimento de ao menos 254 bilhões de reais com o auxílio-emergencial, sendo esse o maior gasto do governo com a crise de saúde, Guedes pretendia convencer Bolsonaro a fazer com que o benefício fosse transferido para o Renda Brasil. Dessa forma, trabalhava por uma redução do valor das parcelas, propondo primeiramente pagamentos de R$ 200. No entanto, o ministro resiste a liberações de R$ 300 ou mais.
No entanto, o novo programa social já tem algumas divergências. Para compensar o custo anual de R$ 20 bilhões acima do orçamento do Bolsa Família, Guedes quer propor a extinção de assistências consideradas ineficientes, como abono salarial, farmácia popular e seguro-defeso.