Economia

Contração da indústria do Brasil perde força em maio, mas segue intensa

PMI do setor industrial informado pelo IHS Markit subiu a 38,3 em maio, depois de despencar a 36,0 em abril

Indústria: apesar da desaceleração das perdas, as empresas sinalizaram fortes contrações da produção e das novas encomendas em maio (Getty Images/Getty Images)

Indústria: apesar da desaceleração das perdas, as empresas sinalizaram fortes contrações da produção e das novas encomendas em maio (Getty Images/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 1 de junho de 2020 às 13h58.

Última atualização em 1 de junho de 2020 às 14h10.

A contração da atividade industrial do Brasil perdeu um pouco de força em maio, mas o setor ainda mostra deterioração sem precedentes em meio aos impactos de medidas do combate ao coronavírus no país, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) nesta segunda-feira.

O PMI do setor industrial informado pelo IHS Markit subiu a 38,3 em maio, depois de despencar a 36,0 em abril. Apesar da alta, o indicador permaneceu abaixo da marca de 50, que separa crescimento de contração, pelo terceiro mês seguido.

Apesar da desaceleração das perdas, as empresas sinalizaram fortes contrações da produção e das novas encomendas em maio, levando a uma queda recorde da atividade de compras e à continuidade das perdas de emprego.

 

"A pesquisa de maio indicou que o setor industrial do Brasil continuou sob intensa pressão. Somando-se às preocupações das empresas esteve outro considerável aumento nos custos de insumos, com os produtos denominados em dólar registrando alta dos preços", destacou o diretor econômico do IHS Markit, Paul Smith.

As empresas continuaram a atribuir as perdas na produção no segundo ritmo mais forte na história da pesquisa e nas novas encomendas às restrições sobre a atividade relacionadas à pandemia. O mesmo cenário levou a mais uma substancial queda nas novas encomendas para exportação, chegando ao nono mês de contrações.

Diante disso, a redução de gastos permaneceu dando o tom às indústrias brasileiras, que reduziram as atividades de compras no ritmo mais rápido já registrado e fecharam vagas pelo terceiro mês seguido.

Já os preços dos insumos mostraram forte aumento em maio, graças principalmente a movimentos cambiais desfavoráveis, com forte alta do dólar ante o real durante parte do mês. Mas, apesar da queda na demanda, as empresas optaram por elevar seus preços cobrados.

Por outro lado, a confiança sobre o futuro melhorou em maio após mínima de 49 meses de abril, com as empresas indicando algum otimismo de que quando o surto do coronavírus for controlado, haverá recuperação tanto da produção quanto da demanda. Entretanto, ainda permanecem algumas preocupações de uma prolongada retração global.

Mais notícias sobre economia brasileira

Campos Neto prevê queda do PIB de 5% ou mais em 2020

Contratação global se estabiliza mesmo sob impacto da pandemia

“Só na 2ª metade da década teremos ritmo pré-covid”, afirma Mario Mesquita

Plano de retomada de Guedes será centrado na agenda de reformas

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraIndústriaPMI – Purchasing Managers’ Index

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo