Economia

Contas públicas ficam negativas em US$ 22,2 bi em agosto

Esse foi o pior resultado para o mês na série histórica, iniciada em dezembro de 2001; resultado superou déficit primário de R$ 7,310 bilhões de agosto de 2015


	Real: nos oito meses do ano, o resultado negativo chegou a R$ 58,859 bilhões
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Real: nos oito meses do ano, o resultado negativo chegou a R$ 58,859 bilhões (Marcos Santos/USP Imagens)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2016 às 11h26.

O setor público consolidado, formado por União, estados e municípios, registrou <a href="https://exame.com.br/topicos/deficit-publico"><strong>déficit </strong></a>primário, receitas menos despesas, sem considerar os gastos com juros, de R$ 22,267 bilhões, em agosto, informou hoje (30) o Banco Central (<a href="https://exame.com.br/topicos/banco-central"><strong>BC</strong></a>). </p>

Esse foi o pior resultado para o mês na série histórica, iniciada em dezembro de 2001. O resultado do mês superou o déficit primário de R$ 7,310 bilhões de agosto de 2015.

Nos oito meses do ano, o resultado negativo chegou a R$ 58,859 bilhões, contra déficit de R$ 1,105 bilhão, em igual período de 2015. Em 12 meses encerrados em agosto, o déficit primário ficou em R$ 169,003 bilhões, o que corresponde a 2,77% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país.

Em agosto deste ano, o Governo Central (Previdência, Banco Central e Tesouro Nacional) registrou déficit primário de R$ 22,143 bilhões. Os governos estaduais também apresentaram resultado negativo, com déficit primário de R$ 818 milhões, e os municipais, superávit de R$ 165 milhões. As empresas estatais federais, estaduais e municipais, excluídas empresas dos grupos Petrobras e Eletrobras, acusaram superávit primário de R$ 529 milhões, no mês passado.

Déficit primário de até R$ 163,9 bilhões nas contas públicas

A meta fiscal prevê um déficit primário de até R$ 163,9 bilhões nas contas públicas este ano. Para chegar a esse resultado do setor público consolidado, a expectativa é que o governo federal apresente déficit primário de R$ 170,496 bilhões e estados e municípios, um superávit de R$ 6,554 bilhões.

Em agosto, os gastos com juros nominais ficaram em R$ 40,676 bilhões, contra R$ 49,703 bilhões em igual mês de 2015. De janeiro a agosto, os gastos chegaram a R$ 254,575 bilhões. Em 12 meses encerrados em julho, as despesas com juros ficaram em R$ 418,035 bilhões, o que corresponde a 6,86% do PIB.

O déficit nominal - formado pelo resultado primário e os resultados de juros - ficou em R$ 62,943 bilhões no mês passado, ante R$ 57,013 bilhões de agosto de 2015. Nos oito meses do ano, o resultado negativo foi de R$ 313,434 bilhões, contra R$ 339,431 bilhões em igual período de 2015. Em 12 meses encerrados em agosto, o déficit nominal atingiu R$ 597,038 bilhões, o que corresponde a 9,64% do PIB.

A dívida líquida do setor público - balanço entre o total de créditos e débitos dos governos federal, estaduais e municipais – somou R$ 2,638 trilhões em agosto, o que corresponde a 43,3% do PIB, contra 42,5% de julho. A dívida bruta (contabiliza apenas os passivos dos governos federal, estaduais e municipais) chegou a R$ 4,272 trilhões ou 70,1% do PIB, com elevação de 0,5 ponto percentual em relação a julho.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralDéficit públicoDívida públicaIndicadores econômicosMercado financeiroPIB

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto